Bloomberg Línea — O brasileiro Ilan Goldfajn acaba de ser escolhido neste domingo (20) para ser o próximo presidente do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, um dos principais organismos multilaterais do mundo. Ele será o primeiro brasileiro a ocupar essa função no BID, que existe desde 1959 e cuja sede fica em Washington, nos Estados Unidos.
Goldfajn é atualmente diretor do Diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional), também na capital americana, e anteriormente foi presidente do Banco Central do Brasil entre 2016 e 2019. Foi também economista-chefe do Itaú Unibanco e diretor de Política Econômica do Banco Central de 2000 a 2003.
O BID é apontada como a principal instituição não-privada a financiar projetos econômicos, sociais e de infraestrutura na América Latina e no Caribe. Em 2021, emprestou cerca de US$ 23 bilhões a projetos na região.
O economista brasileiro derrotou em votação dos governos dos 48 países da região outros quatro candidatos: Cecilia Todesca Bocco, da Argentina, Gerard Johnson, de Trinidad and Tobago, Gerardo Esquivel Hernández, do México, e Nicolás Eyzaguirre Guzmán, do Chile.
Para ser eleito, Goldfajn contou com o apoio do governo americano, do presidente Joe Biden, um fator fundamental dado que os Estados Unidos possuem o maior peso na votação, com cerca de 30% do total.
Goldfajn foi apontado como candidato para representar o país pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nas últimas semanas, com a eleição de Lula (PT), alas políticas que vão compor o próximo governo tentaram adiar a eleição para que um novo representante pudesse ser designado, mas a articulação política não prosperou. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega seria um dos potenciais candidatos do novo governo.
A presidência do BID está sendo ocupada de forma interina por Reina Irene Mejía Chacón, de Honduras, que é também a vice-presidente, desde a renúncia do americano Mauricio Claver-Carone em setembro.
Carone caiu do cargo depois de uma investigação interna que concluiu que ele quebrou as regras de conduta da instituição ao se relacionar com uma funcionária.
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