Copa do Mundo: presidente da Fifa rebate críticas ao governo do Catar

Gianni Infantino disse que Europa não pode dar lições de moral ao Catar, em referência a críticas sobre o tratamento dado a imigrantes e à comunidade LGBT

Por

Bloomberg — Um dia antes do início da Copa do Mundo do Catar, o presidente da Fifa (órgão máximo do futebol mundial), o italiano Gianni Infantino, rebateu, neste sábado (19), as críticas ao governo do país-sede, durante uma entrevista coletiva realizada em Doha.

Depois de meses e anos de preocupação com o tratamento do país aos trabalhadores locais e imigrantes e às condições de emprego, aos direitos humanos, de ira da comunidade LGBTQIAP+ contra suas leis e dúvidas sobre a legitimidade da decisão da Fifa de realizar o megaevento no país com pouca tradição no futebol, Infantino disse que era errado a Europa querer dar lição aos cataris.

A Europa não pode dar lições de moral ao Catar com base em suas próprias ações ao longo de 3.000 anos”, disse Infantino. “A Europa é um grande centro de tolerância multicultural, mas há coisas que não são boas.”

“Eles deveriam olhar para si mesmos antes de criticar”, acrescentou.

Às vésperas de uma das Copas do Mundo mais criticadas de todos os tempos, Infantino iniciou um discurso de quase uma hora dizendo: “Hoje me sinto uma pessoa do Catar. Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto uma pessoa com deficiência. Hoje me sinto um trabalhador imigrante.”

Depois de uma mudança de última hora na sexta-feira (18) nas regras de venda de bebidas alcoólicas em estádios do evento, teme-se que outras regras que regem o campeonato também sejam alteradas.

A decisão viralizou nas redes sociais, com torcedores que gastaram milhares de dólares para comprar ingressos, garantir hospedagem e passagens aéreas em uma das Copas mais caras da história reclamando que os organizadores só decidiram avisar das novas regras quando tudo não tinha mais volta.

Infantino tentou tranquilizar a comunidade LGBTQIAP+ de que eles estariam seguros, apesar de as leis do Qatar criminalizarem a homossexualidade.

“Os gays são bem-vindos no Catar”, disse ele, sem, no entanto, apresentar o endosso de autoridades do Catar de que suas palavras terão respaldo na prática.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

O que pode ameaçar as vendas de relógios suíços? Resposta pode vir da China