Bloomberg Línea — Os Correios não serão privatizados no governo do presidente eleito Lula (PT) e essa decisão deve se refletir logo no começo de mandato, a partir de janeiro de 2023, com a retirada da empresa do programa nacional de desestatização, afirmou nesta sexta-feira (18) em Brasília o ex-ministro Paulo Bernardo.
“A nossa ideia é recomendar tirar, acabar com essa ideia de privatizar os Correios. Acho que eu poderia dizer até que a gente mais ou menos antevê o que o presidente [Lula] pensa sobre isso”, disse no Centro Cultural do Banco do Brasil em Brasília, onde trabalha a equipe de transição, segundo o Globo.com.
Segundo o ex-ministro do Planejamento no governo Lula e ex-ministro das Comunicações no governo de Dilma Rousseff, hoje na equipe de transição, essa medida não deve demorar para ser tomada.
A venda dos Correios é discutida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro desde o começo do mandato, em 2019, mas a operação, que enfrenta resistência política e de sindicatos, nunca saiu do papel. Em março deste ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que a privatização sairia ainda neste ano.
O projeto que viabiliza a privatização dos Correios foi aprovado pela Câmara dos Deputados há mais de um ano, em agosto de 2021, mas o processo não andou desde então. No meio tempo, o Congresso aprovou a venda do controle da Eletrobras (ELET3, ELET6), efetuada no meio deste ano.
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