Paulo Bernardo: novo governo não vai mais privatizar os Correios

Ex-ministro das Comunicações disse que retirada de estatal de programa de venda deve acontecer logo no começo do mandato de Lula

Correios não foi privatizada durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, apesar de declarações de que havia planos de vender a empresa

(Gustavo Gomes/Bloomberg)
18 de Novembro, 2022 | 05:20 PM

Bloomberg Línea — Os Correios não serão privatizados no governo do presidente eleito Lula (PT) e essa decisão deve se refletir logo no começo de mandato, a partir de janeiro de 2023, com a retirada da empresa do programa nacional de desestatização, afirmou nesta sexta-feira (18) em Brasília o ex-ministro Paulo Bernardo.

“A nossa ideia é recomendar tirar, acabar com essa ideia de privatizar os Correios. Acho que eu poderia dizer até que a gente mais ou menos antevê o que o presidente [Lula] pensa sobre isso”, disse no Centro Cultural do Banco do Brasil em Brasília, onde trabalha a equipe de transição, segundo o Globo.com.

PUBLICIDADE

Segundo o ex-ministro do Planejamento no governo Lula e ex-ministro das Comunicações no governo de Dilma Rousseff, hoje na equipe de transição, essa medida não deve demorar para ser tomada.

A venda dos Correios é discutida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro desde o começo do mandato, em 2019, mas a operação, que enfrenta resistência política e de sindicatos, nunca saiu do papel. Em março deste ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que a privatização sairia ainda neste ano.

O projeto que viabiliza a privatização dos Correios foi aprovado pela Câmara dos Deputados há mais de um ano, em agosto de 2021, mas o processo não andou desde então. No meio tempo, o Congresso aprovou a venda do controle da Eletrobras (ELET3, ELET6), efetuada no meio deste ano.

PUBLICIDADE

Leia também

O que esperar do governo Lula em 5 áreas-chave, de estatais ao meio-ambiente

Luiza Trajano fala sobre privatizações: “Se é uma estatal que só dá prejuízo, por que não?”