Mudanças na PEC da Transição e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta sexta-feira (18)

Vice-presidente eleito reforçou compromisso com a responsabilidade fiscal após reação negativa do mercado à PEC
18 de Novembro, 2022 | 09:45 AM

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Bloomberg Línea — A semana termina com foco dos investidores brasileiros na PEC da Transição. Ontem, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), minimizou a reação do mercado e admitiu que o texto da proposta deverá ser alterado. Enquanto isso, nos EUA, os futuros recuam diante da perspectiva de taxas de juros mais altas.

Veja as outras notícias que devem afetar os mercados nesta sexta-feira (18):

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1. Novo capítulo

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou em entrevista à GloboNews que o futuro governo terá compromisso com a responsabilidade fiscal, o que inclui revisar todos os gastos de governo atualmente. Ele defendeu que o governo reveja contratos e aprove a reforma tributária no Congresso, já em tramitação, e disse que o novo governo vai propor mecanismos para manter as contas públicas equilibradas. As falas de Alckmin seguem um discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou a criticar o cumprimento do teto de gastos durante a COP27, e afirmou mais uma vez que “não adianta só ficar pensando em dado fiscal”, mas é preciso pensar, sim, “em responsabilidade social”.

2. O ultimato de Musk

A ameaça de Elon Musk de demitir os empregados que não entregarem um trabalho de “alta intensidade” pesou sobre a capacidade do Twitter (TWTR) de continuar suas operações regularmente. A empresa decidiu fechar abruptamente seus escritórios ontem, quinta-feira (17), depois que vários funcionários reagiram negativamente ao ultimato de Musk de assumir um ritmo de trabalho intenso e de longas horas ou aceitar um pacote com três meses de salário.

Agora, paira sobre o Twitter a dúvida sobre se poderá avançar com suas operações normais, já que a empresa demitiu a equipe executiva e mandou embora metade da força de trabalho.

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3. Mercados

Os futuros americanos oscilavam entre perdas e ganhos nesta manhã, com os investidores analisando a última safra de balanços e as falas de dirigentes do Fed. James Bullard, presidente do Federal Reserve de St. Louis, disse ontem que “a taxa de juros ainda não está em uma zona que possa ser considerada suficientemente restritiva”, e sugeriu que as taxas podem ir a uma faixa maior do que o mercado está precificando. Às 9h30, os futuros do Dow Jones, S&P 500 e do Nasdaq caíam respectivamente 0,02%, 0,31% e 0,35%. O Dollar Index, que mede a força da moeda americana em comparação com uma cesta de outras moedas, recuava 0,19% no mesmo horário.

Por aqui, o Ibovespa futuro sobe 1,55% e se recupera enquanto o mercado monitora a PEC da Transição.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Economistas criticam PEC; ‘Se a Bolsa cair, paciência’, afirma Lula
  • Folha de S. Paulo: Lula tensiona mercado, Mantega sai, e PT revê PEC
  • O Globo: Com gastos de mais R$ 200 bi, país deve ter 4 anos de déficit nas contas
  • Valor: Mercado tem mais um dia de tensão com incertezas fiscais

5. Agenda

Sem indicadores econômicos na agenda local, as atenções se voltam mais uma vez às discussões envolvendo a PEC da Transição. A agenda de indicadores também está mais enxuta lá fora, com destaque para o índice de indicadores antecedentes de outubro nos Estados Unidos, e as vendas de casas existentes de outubro. A temporada de balanços segue e se encaminha para a reta final, com os resultados de JD. com, Tokio Marine e OHL.

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E também...

Os preços do petróleo caíam nesta manhã e se encaminhavam para ter uma perda semanal de quase 8%, mais uma vez diante das preocupações com uma perspectiva de demanda mais fraca em meio ao aumento dos casos de coronavírus na China e ao aperto monetário agressivo dos bancos centrais. Às 8h20, o petróleo tipo Brent caía 0,63%, a US$ 89,81 o barril, enquanto o WTI recuava 0,37%, a US$ 81,36 o barril.

--Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.