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Dúvida fiscal reduz exposição em bolsa

Também no Breakfast: Airbnb reforça aposta na América Latina; Bankman-Fried recebeu empréstimo de US$ 1 bi antes de colapso e a visão de 7 investidores institucionais sobre os mercados

18 de Novembro, 2022 | 06:31 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

Com empresas saudáveis e múltiplos atrativos, a bolsa brasileira está descontada e é considerada uma das mais baratas do mundo. Mas o barato pode sair caro sem uma gestão fiscal responsável. A avaliação é de Walter Maciel, CEO da gestora AZ Quest, que tem cerca de R$ 23 bilhões em ativos sob gestão.

Segundo ele, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) estão sendo negociadas “de graça”, mas as incertezas impedem uma maior exposição por parte dos investidores.

Para ele, os preços atuais refletem o tamanho da insegurança que foi criada, de modo que, com a indicação de nomes aprazíveis para o mercado na Economia, “a resposta vai ser muito violenta para o (lado) positivo”.

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Já Mário Mesquita, economista chefe do Itaú afirmou à Bloomberg News que a grande dúvida no momento é a duração de uma dispensa do cumprimento de regras fiscais pelo novo governo. Em sua avaliação, isso poderia não apenas levar a dívida bruta para perto de 80% do PIB como também puxar a inflação para cima e fazer com que a chance de um corte de juros próximo “quase desapareça”.

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Investidores estão esperando para ver como o novo governo vai tratar a questão fiscal (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)

No Radar

Os investidores estão mais convencidos sobre a determinação do Federal Reserve (Fed) de levar a inflação dos Estados Unidos para a meta, o que poderia significar uma taxa de no mínimo 5,25% ao ano no quadro otimista, conforme sinalização de um membro do banco central. Essa perspectiva tende a reduzir o apetite por risco no último pregão da semana, a menos que novos indicadores e discursos tragam uma perspectiva mais fresca para o cenário. Os operadores continuam atentos às notícias envolvendo a ruína da FTX e as consequências da debandada de funcionários no Twitter.

💸 Combate à inflação. James Bullard indicou que o juro deveria ser de 5,25% no cenário otimista e de até 7% no pessimista. A visão se soma ao aviso de Mary Daly, nesta semana, de que uma pausa no aperto monetário agora está fora de questão. O mercado consolidou o entendimento de que, embora a inflação tenha começado a arrefecer, o Fed não mudará sua estratégia tão cedo.

🇬🇧 Tempos sombrios. No Reino Unido, a esperada apresentação do plano fiscal de outono pelo chanceler Jeremy Hunt apontou uma soma de US$ 65 bilhões entre aumento de impostos e corte de gastos. A carga tributária dos britânicos aumentará para 37,1% do PIB, o nível mais alto desde a Segunda Guerra Mundial. Mesmo com uma previsão de subsídio energético, o impacto no orçamento das famílias será grande e a estimativa é de que a recessão no país dure até o final de 2023.

🐦 Revoada no Twitter. O funcionamento do Twitter poderia entrar em risco dada a quantidade de pessoas que se demitiram ontem após Elon Musk propor adesão a um ritmo “intenso” ou saída com indenização de três meses de salário. Segundo fontes, a quantidade de demissionários foi tamanha que houve confusão sobre quais pessoas poderiam acessar o escritório do Twitter, que ficará fechado até segunda-feira. Ao mesmo tempo, Musk comemorava com um tweet um recorde de uso da rede social ontem.

💲 À espera da reabertura. Alibaba reportou prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões no terceiro trimestre, na direção inversa das previsões de lucro da mesma proporção. Ainda assim, as ações subiram mais de 6% em resposta a um programa de recompra de ações de US$ 25 billhões até 2025. Além disso, a gigante chinesa de comércio online sinalizou que a diminuição das restrições impostas pela política Covid Zero pode beneficiar a empresa.

Os mercados esta manhã
🟢 As bolsas ontem (17/11): Dow Jones Industrials (-0,02%), S&P 500 (-0,31%), Nasdaq Composite (-0,35%), Stoxx 600 (-0,42%), Ibovespa (-0,49%)

As bolsas norte-americanas recuaram pelo segundo pregão seguido, direcionadas pela perspectiva de que o ciclo de aperto monetário nos EUA possa levar o juro a um patamar ainda maior que o previsto. Discursos de membros do banco central reforçaram essa impressão, especialmente as palavras de James Bullard, para quem a taxa deveria ser elevada ao menos até 5% a 5,25% ao ano. Adicionalmente, o número de pedidos de seguro-desemprego ficou abaixo do previsto e um mercado de trabalho forte pressupõe um suporte para a inflação.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Indicadores Antecedentes/Out, Venda de Casas Existentes/Out

• Europa: Reino Unido (Vendas no Varejo/Out, Índice GFK/Nov) França (Taxa de Desemprego); Portugal (Transações Correntes/Set)

• Bancos centrais: Discursam Susan Collins (Fed), Christine Lagarde (BCE), Catherine Mann (BoE) e Joachim Nagel (Bundesbank)

• Balanços: JD. com, Tokio Marine, OHL

📌 Para segunda-feira:

• EUA (Índice de Atividade-Fed Chicago/Out); Alemanha (IPP/Out); Hong Kong (IPC/Out); Balanços (Dell, Agilent, Compass); Feriado (México e Argentina)

Destaques da Bloomberg Línea:

JPMorgan: mercados oferecem hoje melhores retornos em mais de uma década

Bankman-Fried recebeu empréstimo de US$ 1 bi da Alameda antes de colapso

A visão de 7 investidores institucionais sobre a economia e os mercados

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