Mercados operam voláteis enquanto aguardam sinais do Fed e da economia dos EUA

Operadores buscam conciliar as expectativas de flexibilização da política monetária e monitoram discursos de membros do Fed e indicadores econômicos

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Barcelona, Espanha — Os investidores estão atentos aos sinais da economia norte-americana e confrontam hoje os dados robustos do comércio apresentados ontem com novas declarações de membros do Federal Reserve (Fed) agendadas para hoje. A expectativa de diminuição do ritmo de aperto monetário a partir de dezembro oscila ao sabor de novas informações e sinalizações do banco central. Os analistas também monitoram o plano fiscal do Reino Unido, sem deixar de lado o cenário geopolítico.

→ O que move os mercados hoje

🇬🇧 Foco nas contas. O chanceler do Tesouro do Reino Unido, Jeremy Hunt, tem a missão hoje de devolver a tranquilidade aos mercados, mostrando que pode estabilizar as finanças do país sem criar muitos danos ao serviço público. A expectativa é que se apresente um plano para diminuir a dívida pública até 2027/2028. Qualquer falha na apresentação desse plano hoje na Câmara dos Comuns poderia desencadear mais uma crise política e levar os conservadores a uma derrota nas próximas eleições.

🏮 Depois da Covid Zero. A China deve voltar a ter crescimento de dois dígitos a partir do segundo semestre de 2023, segundo os economistas do Goldman Sachs. Para eles, se o país começar a reabrir em abril, a expectativa é de que o PIB avance 2% no segundo trimestre e salte 10% nos três meses posteriores. Com isso, a China poderia crescer de 4,5% em 2023, ante uma expansão de 3% prevista para este ano.

🔃 Panoramas distintos. Duas gigantes alemãs apresentaram perspectivas distintas para seus negócios no próximo ano. A Siemens reportou lucro de US$ 2,8 bilhões no quarto trimestre financeiro encerrado em setembro, em linha com as previsões. Apesar dos desafios, está otimista e prevê aumento de margens ao redor de +22% para sua divisão digital no próximo ano fiscal. Já a Thyssenkrupp AG, avisou que a combinação de custos mais altos de energia, inflação e aumento de juros deve levar o lucro da companhia a cair abaixo dos 2,1 bilhões de euros auferidos no ano fiscal encerrado em 30 de setembro.

👁️‍🗨️ Biden e Zelenskiy. O presidente dos Estados Unidos Joe Biden discordou da afirmação do líder ucraniano Volodymyr Zelenskiy de que o míssil que atingiu território polonês teria sido disparado pela Rússia, e não pela defesa ucraniana. Sem entrar em detalhes, Biden disse que “essa não é uma evidência”. Enquanto o episódio é investigado, a comunidade internacional vem atuando para evitar pânico sobre a situação. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que “não há indicação de que a Rússia esteja preparando ações militares ofensivas contra a OTAN”.

🛑 Resposta feroz. Enquanto isso, a Coreia do Norte disparou um míssil nesta quinta-feira em direção ao mar na costa leste do país. Foi mais um dos mais de 60 exercícios desse tipo feitos neste ano, e ocorre após um alerta contra os EUA. O ministro das Relações Exteriores, Choe Son Hui, emitiu um comunicado dizendo que Pyongyang dará uma resposta militar “feroz” se os EUA continuarem trabalhando com seus aliados em exercícios conjuntos de defesa antimísseis.

🟢 As bolsas ontem (16/11): Dow Jones Industrials (-0,12%), S&P 500 (-0,83%), Nasdaq Composite (-1,54%), Stoxx 600 (-0,99%), Ibovespa (-2,58%)

Os mercados acionários dos EUA fecharam em queda, refletindo preocupações dos investidores com a economia do país. Dados mais fortes de vendas no varejo em outubro, o maior em oito meses, deram a perspectiva de mais aumentos de juros para conter a inflação. Ao mesmo tempo, novos comentários de membros do Fed reacenderam as apostas de que o aperto monetário pode ainda não estar chegando ao fim.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego, Indicadores de Perspectivas de Negócios-Fed Filadélfia/Nov, Atividade Manufatureira-Fed Kansas/Nov, Construção de Novas Casas/Out, Licenças de Construção/Out

Europa: Zona do Euro (IPC); Reino Unido (Projeção do Orçamento do Outono, Confiança do Consumidor-Gfk/Nov); Reino Unido, Alemanha, Itália e França (Licenciamento de Veículos/Out); Itália, Espanha e Portugal (Balança Comercial/Out)

Asia: Japão (IPC/Out)

América Latina: Brasil (IGP-10)

Bancos centrais: Discursos de James Bullard, Michelle Bowman, Philip Jefferson, e Loretta Mester (Fed), Huw Pill e Silvana Tenreyro (BoE)

Balanços: Alibaba, Siemens, Macy’s, Applied Materials, Palo Alto Networks

📌 Para amanhã:

• EUA (Índice de Indicadores Antecedentes, Vendas de Casas Usadas); Reino Unido (Vendas no Varejo) França (Taxa de Desemprego); Discursa Joachim Nagel (Bundesbank); Balanços (JD .com, Tokio Marine, OHL)

(Com informações da Bloomberg News)