Lula volta a criticar regra fiscal: ‘Vai aumentar o dólar e cair a Bolsa? Paciência’

Presidente eleito disse no Egito que ‘não adianta só ficar pensando em dado fiscal’ após apresentação de PEC com Bolsa Família fora do teto

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Bloomberg Línea — O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o cumprimento do teto de gastos em discurso nesta quinta-feira (17) e afirmou mais uma vez que “não adianta só ficar pensando em dado fiscal”, mas é preciso pensar, sim, “em responsabilidade social”.

Lula disse mais uma vez que, além meta de inflação, é preciso ter meta de crescimento, e questionou o sobe e desce dos ativos brasileiros. “Vai aumentar o dólar e cair a Bolsa? Paciência. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias, e sim dos especuladores”, disse o presidente eleito em evento com representantes de movimentos sociais brasileiros em Sharm El Sheikh, no Egito, durante a 27ª Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP27).

As declarações foram dadas um dia depois que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) entregou ao Congresso o texto com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que prevê quase R$ 200 bilhões em despesas fora do teto de gastos para 2023, indicando que “projetos socioambientais ou relativos às mudanças climáticas” não devem se submeter ao teto de forma permanente.

A repercussão da minuta da PEC pesava no Ibovespa futuro na manhã desta quinta, que recuava 1,36% perto das 9h40, enquanto o dólar avançava 1,64% a R$ 5,484 no mesmo horário.

Na semana passada, o presidente eleito fez um discurso a parlamentares aliados que mexeu com os ânimos do mercado ao contrapor a responsabilidade fiscal com o programa social governo. “Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia? Por que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento?”, questionou Lula na ocasião.

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