JPMorgan: mercados oferecem hoje melhores retornos em mais de uma década

Para braço de gestão de ativos do banco, estratégia com 60% em ações e 40% em renda fixa poderá entregar um retorno médio anualizado de 7,2%

Para estrategista do banco, ações e títulos de renda fixa proporcionam os melhores pontos de entrada desde 2010 para investidores de longo prazo
Por Anchalee Worrachate
17 de Novembro, 2022 | 04:19 PM

Bloomberg — É hora de voltar à boa e velha “carteira 60/40″, de acordo com o JPMorgan (JPM), uma vez que deverá trazer retornos sólidos após o pior desempenho em quase 15 anos.

A unidade de gestão de recursos do gigante de Wall Street disse que a estratégia clássica, que aloca 60% em ações e 40% em renda fixa, proporcionará um retorno médio anualizado de 7,2% nos próximos 10 a 15 anos a partir do ano que vem, após uma queda de 19% em 2022.

Ações e títulos de renda fixa proporcionam os melhores pontos de entrada desde 2010 para investidores de longo prazo, disse John Bilton, chefe de estratégia global multi-ativos da JP Morgan Asset Management, em uma apresentação.

“Isso dá um pouco de vida ao portfólio 60/40, que muitos pensavam estar extinto”, disse Bilton. “Embora seja o pior ano para essa estratégia desde 2008, é importante aproveitar esta oportunidade para reconstruir os portfólios. Este foi realmente um ano para ficar no bunker. Mas se você ficar muito tempo escondido, perderá quando a poeira baixar.”

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Ao longo da última década, fundos de pensão investiram trilhões nessa estratégia com a convicção de que os títulos continuariam a gerar renda constante para compensar perdas na renda variável em qualquer turbulência de mercado. Mesmo no auge da crise financeira, quando as ações minaram o desempenho das carteiras, a recuperação das Treasuries (os títulos do Tesouro americano de dez anos) suavizou as perdas.

Mas este ano, a pior inflação em décadas se tornou um risco grande demais para ser compensado. Tanto os títulos quanto as ações sofreram quando o Federal Reserve aumentou juros agressivamente para diminuir a pressão de preços.

Agora, contudo, as coisas começam a melhorar. Os últimos dados da inflação medida pelo CPI nos Estados Unidos aumentaram as esperanças de que a inflação pode ter atingido o pico e o Fed pode se dar ao luxo de apertar a política monetária em um ritmo mais lento. Isso provavelmente é um bom presságio para ações e títulos.

Embora a previsão do JPMorgan seja de que a inflação média anualizada fique acima da meta do Fed, em 2,6% nos próximos 10 a 15 anos, isso é muito mais benigno do que os 7,7% dos dados mais recente. Yields mais altos agora fornecem uma proteção melhor para uma carteira, com o de 10 anos pairando perto de 4%, ante 1,51% no final do ano passado.

“Com rendimentos mais altos, os títulos são mais uma vez uma fonte plausível de renda e um porto seguro”, disse Bilton. “Com valuations mais baixos, as ações estão mais atraentes. A combinação de rendimentos mais altos e múltiplos de ações mais baixos significa que os mercados hoje oferecem os melhores retornos potenciais de longo prazo em mais de uma década”.

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