Amazon e Meta se unem aos cortes massivos de empregos por empresas tecnológicas

Setor tecnológico eliminou 9.587 postos de trabalho em outubro: estas são algumas das empresas do ramo que estão demitindo ou suspendendo planos de contratação

Grandes empresas de tecnologia estão cortando pessoal e congelando contratações em um contexto de juros em alta, dólar mais forte e gastos a um passo mais lento pelos consumidores dos EUA
Por Lindsey Rupp
15 de Novembro, 2022 | 08:57 AM

Bloomberg — Grandes empresas de tecnologia estão cortando pessoal e congelando contratações em um contexto juros em alta, dólar mais forte no exterior e gastos a um passo mais lento pelos consumidores dos Estados Unidos.

O setor tecnológico eliminou 9.587 postos de trabalho em outubro, o maior total mensal desde novembro de 2020, segundo a Challenger, Gray & Christmas Inc., empresa de consultoria que compilou os cortes de empregos anunciados ou confirmados por empresas de telecomunicações, eletrônica, fabricação de hardware e desenvolvimento de software.

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Nas últimas demonstrações financeiras, Alphabet Inc., Amazon, Meta Platforms, Microsoft e outras empresas entregaram cifras aquém das esperadas pelo mercado, o que levou as ações a uma queda acentuada, com perdas de centenas de bilhões de dólares em valor de mercado. A Meta, por exemplo, perdeu mais de 67% de seu valor desde o começo do ano.

Estas são algumas das empresas do ramo que estão demitindo ou suspendendo planos de contratação:

Amazon

A gigante do comércio eletrônico planeja cortar cerca de 10.000  empregos. As demissões provavelmente terão como alvo o grupo de dispositivos da Amazon, responsável pelos alto-falantes inteligentes Echo e assistente digital Alexa, bem como as divisões de varejo e recursos humanos. Em novembro, a empresa interrompeu contratações “novas e incrementais” em sua força de trabalho.

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Apple

A fabricante do iPhone congelou a contratação de muitos empregos fora da área de pesquisa e desenvolvimento, uma escalada de seu plano de reduzir o orçamento para o próximo ano, segundo pessoas a par do tema. A pausa geralmente não se aplica a equipes que trabalham em dispositivos futuros e iniciativas de longo prazo, mas afeta algumas funções corporativas e funções padrão de engenharia de hardware e software.

Chime

A startup da fintech Chime Financial está cortando 12% de sua equipe, ou 160 pessoas.

Dapper Labs

O fundador e CEO da Dapper Labs Inc., Roham Gharegozlou, informou em uma carta aos funcionários que a empresa havia demitido 22% de sua equipe. Ele citou condições macroeconômicas e desafios operacionais decorrentes do rápido crescimento da empresa. A Dapper Labs criou o mercado NBA Top Shot para tokens não fungíveis, uma classe de ativos digitais que teve uma queda acentuada na demanda desde a crise que se instaurou no mercado de criptomoedas.

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Galaxy Digital

A Galaxy Digital Holdings, empresa de serviços financeiros de criptomoedas fundada pelo bilionário Michael Novogratz, considera enxugar até 20% de sua força de trabalho. O plano ainda está sujeito a alterações e o número final pode ficar na faixa de 15% a 20%, segundo fontes. As ações da Galaxy caíram mais de 80% este ano, parte da derrocada entre as criptomoedas.

Intel

A Intel Corp. está cortando empregos e diminuindo os gastos em novas fábricas em um esforço para economizar US$ 3 bilhões no próximo ano,  disse a fabricante de chips. Com isso, espera economizar até US$ 10 bilhões até 2025, um plano que deu certo com os investidores, que elevaram as ações em mais de 10% em 28 de outubro. A Bloomberg News informou anteriormente  que a redução do número de funcionários pode chegar a milhares de pessoas.

Meta

A controladora do Facebook está cortando 11.000 empregos, a primeira grande rodada de demissões na história da empresa de mídia social. As ações da Meta afundaram este ano e a empresa tenta reduzir custos após vários trimestres de lucros decepcionantes e queda na receita. As reduções equivalem a cerca de 13% da força de trabalho e a Meta estenderá seu congelamento de contratações até o primeiro trimestre. “Quero assumir a responsabilidade por essas decisões e por como chegamos aqui”, disse o CEO Mark Zuckerberg no comunicado. “Sei que isso é difícil para todos e lamento especialmente os afetados.”

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Peloton

Em outubro, a Peloton Interactive demitiu 500 funcionários globalmente, ou cerca de 12% da força de trabalho. Foi a quarta vez este ano que a empresa demitiu funcionários. Juntamente com outras medidas de redução de despesas, Peloton disse que a medida ajudará a atingir o ponto de equilíbrio no fluxo de caixa até o final do ano fiscal de 2023.

Qualcomm

A Qualcomm Inc. congelou as contratações  em resposta a um declínio mais rápido do que o temido na demanda por telefones, que usam seus chips. Agora, espera que as remessas de smartphones caiam na faixa percentual de dois dígitos este ano, pior do que a perspectiva que havia traçado anteriormente.

Seagate

A Seagate Technology Holdings, maior fabricante de discos rígidos para computadores, anunciou o corte de cerca de 3.000 empregos. Fornecedores de computadores, incluindo Seagate e Intel, foram duramente atingidos por uma desaceleração nos gastos com hardware. Os clientes estão com uma pilha de estoques, o que pesa sobre o desempenho financeiro da Seagate, disse o CEO Dave Mosley.

Stripe

A gigante de pagamentos Stripe, uma das startups mais valiosas do mundo, está enxugando mais de 1.000 empregos. A redução de 14% na equipe fará com que seu quadro de funcionários volte para quase 7.000, posição de fevereiro. Os cofundadores Patrick e John Collison disseram aos funcionários que eles precisam reduzir as despesas de forma mais ampla à medida que se preparam para tempos de vacas magras.

Twitter

A reviravolta no Twitter tem mais a ver com sua recente aquisição – e a dívida que a acompanha – do que com preocupações econômicas. Mas a empresa sofreu alguns dos cortes mais profundos de seus pares no momento. Elon Musk, que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, eliminou cerca de 3.700 empregos por e-mail. Musk também reverteu a política de trabalho de qualquer lugar da empresa, pedindo aos funcionários restantes que se reportassem aos escritórios. “Em relação à redução da força do Twitter, infelizmente não há escolha quando a empresa está perdendo mais de US$ 4 milhões por dia”, twittou Musk em 4 de novembro.

(Tradução Michelly Teixeira)