Vai ver a Copa no Catar? Confira o que não é permitido no país

A sociedade do Catar tem normas culturais contrastantes com as ocidentais; veja o que ter em mente durante a Copa do Mundo de 2022

Por

Bloomberg — Dezenas de milhares de pessoas da América Latina que viajarem ao Catar para a Copa do Mundo de 2022 terão que levar em conta as normas culturais conservadoras do país asiático se não quiserem ter problemas com a lei durante sua estadia.

As proibições variam de gestos a práticas sexuais, e também incluem restrições ao consumo. Aqui está um guia prático para ajudar os viajantes ao Catar a evitar infringir a lei.

Sexualidade

Por razões religiosas, existe uma postura muito conservadora em relação à sexualidade no Catar. Portanto, aqueles que forem ao país para assistir à Copa do Mundo de 2022 devem estar cientes do seguinte:

  • Relações sexuais fora do casamento são proibidas e constituem um crime segundo a lei local;
  • Demonstrações públicas de afeto entre adultos são consideradas inadequadas. Se relatadas, as pessoas envolvidas podem enfrentar uma pena que inclui encarceramento;

Também é necessário levar em conta o viés machista que as normas do Catar podem apresentar. Um guia produzido pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina para quem for viajar para a Copa do Mundo, alerta: “como o consentimento não é considerado ao julgar a situação, os casos de assédio ou abuso sexual podem envolver a criminalização da vítima”.

Por fim, homossexuais no Catar não têm a liberdade de expressar abertamente suas preferências sexuais. Aliás, no país sede da Copa do Mundo, as expressões públicas de afeto do mesmo sexo são consideradas um crime e são proibidas.

Além disso, no Catar, pessoas com documentação não binária podem enfrentar obstáculos perante a autoridade local de imigração e aeroportuária. Os obstáculos podem resultar em negação de entrada no país, bem como rejeição na fronteira e deportação.

Proibição de álcool e tabaco

É proibido beber álcool nas vias públicas e ainda mais dirigir alcoolizado.

  • O consumo de bebidas alcoólicas é permitido somente em locais especificamente designados (hotéis, restaurantes, bares e similares);
  • Não residentes não estão autorizados a comprar ou portar bebidas alcoólicas fora desses locais;
  • Também é proibido trazer bebidas alcoólicas de fora do país. As penalidades por violar essas regras podem incluir multas de US$ 1.000 e até seis meses de prisão;
  • O Catar tem uma política de “tolerância zero” para a motoristas que dirigem alcoolizados. As penalidades por violações podem incluir multas de até US$ 14 mil;
  • De acordo com a Reuters, a cerveja Budweiser (patrocinadora da FIFA) estará disponível para os torcedores que comprarem ingressos, mas eles só poderão comprar quando os portões do estádio abrirem, três horas antes dos jogos, e uma hora depois dos jogos. Não haverá bebida durante os jogos, pelo menos de acordo com as informações recebidas.

Não é permitido fumar em locais públicos.

Drogas

O uso de drogas é totalmente proibido no Catar e as leis locais são muito rigorosas. De acordo com o relatório do Ministério das Relações Exteriores argentino, a pena por violar essas regras pode incluir multas de até US$ 55 mil e pena de prisão significativa seguida de deportação.

Restrições alimentares

Por motivos religiosos, a carne de porco não é permitida no Catar, exceto em alguns lugares especificamente designados, assim como o álcool.

Fotografias

Antes de fotografar ou filmar outra pessoa é necessário obter o consentimento dessa pessoa. “Também é recomendado que se tome extremo cuidado ao postar fotos ou vídeos em redes sociais (privadas ou institucionais) nas quais outras pessoas possam ser vistas, principalmente se forem mulheres”, afirma o guia.

Levantar a voz e proferir grosserias

Outra sugestão útil para aqueles que viajam ao Catar é evitar fazer gestos que possam ser considerados ofensivos, levantar a voz ou falar palavrões, pois essas ações são consideradas inaceitáveis pelas autoridades locais e podem levar a penas que vão desde multas, prisão e/ou deportação.

Leia também:

Mesmo com inflação, Argentina tem produtos até 77% mais baratos que no Brasil