Estes são os desafios para negócios na América Latina, segundo grandes empresas

Executivos de diferentes setores analisaram os desafios da situação atual em simpósio do Conselho das Américas

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Bloomberg Línea — O já complexo cenário econômico da América Latina foi agravado nos últimos anos pela pandemia do coronavírus e, mais recentemente, pelo impacto da guerra na Ucrânia. A virada dos mercados com a alta de juros para combater a inflação global torna a tomada de decisão para investimentos na região mais incerta.

Mesmo assim, executivos de algumas das maiores empresas da região e do mundo avaliam que a América Latina ainda representa uma oportunidade de negócios que não pode ser ignorada.

“Se há uma região que pode se manejar neste momento, é esta. Estamos acostumados a viver com inflação, crises e volatilidade. Se existe uma região que pode atravessar estes tempos, é a América Latina”, disse Fernando Iraola, chefe de corporate banking para a região do Bank of America (BAC), no 27º Conselho das Américas 2022 e no simpósio Bravo Business Awards, no fim de outubro em Miami.

Adriana Noreña, vice-presidente do Google (GOOGL) para a América Latina, disse que, em termos de infraestrutura tecnológica, a região “está bastante avançada”. Segundo ela, “o grande desafio é a demanda por empregos”, especialmente na área de tecnologia. “Não há talentos o suficiente dentro do setor”, disse.

Entre outros desafios, Gastón Bottazzini, CEO da Falabella, uma das maiores varejistas da região, enfatizou a transformação digital, os problemas na cadeia de abastecimento e a mudança climática.

Gina Márquez, da Join2Work, também destacou em um painel os desafios acima mencionados e enfatizou a importância de estreitar a diferença na participação latina em empresas americanas.

Ao apresentar o evento, Susan Seagal, presidente da Americas Society/Council of Americas (AC/COA), observou que “a comunidade empresarial continua resiliente e otimista”. “Não há dúvida de que a revolução tecnológica se instalou na América Latina”, disse ela.

Para Cristina Palmaka, presidente da SAP para a América Latina, o setor privado na América Latina pode se beneficiar da incerteza global e tirar proveito de seus ativos únicos. “A América Latina é conhecida não apenas por ter ideias mas pelo poder de fazê-las acontecer”, disse ela.

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