Desaceleração das ações de tecnologia nos EUA ‘está apenas começando’, diz BofA

Para estrategistas do banco americano, grupo de empresas FAANG, que reúne as big techs, deve mostrar desempenho mais fraco nos próximos anos

BofA tem uma visão cautelosa com as ações do setor, mesmo com a inflação mais leve do que a esperada em outubro
Por Sagarika Jaisinghani
13 de Novembro, 2022 | 11:43 AM

Bloomberg — O tão esperado recuo da inflação nos Estados Unidos deveria ser uma boa notícia para o setor de tecnologia, mas não é o que defendem estrategistas do Bank of America (BAC).

Apesar do fim do “choque inflacionário” – a principal narrativa do mercado em 2022 –, um forte aumento nos custos dos serviços e salariais ainda vai pesar sobre as chamadas “ações de crescimento”, alertaram estrategistas liderados por Michael Hartnett. A equipe do BofA espera que o grupo conhecido como FAANG, que reúne as big techs, mostre desempenho mais fraco nos próximos anos.

Em nota divulgada em 10 de novembro, o banco disse que a desaceleração da expansão do setor de tecnologia e do FAANG “está apenas começando”.

O FAANG, grupo representado pelas iniciais de Facebook, controlado pela Meta (META), Amazon (AMZN), Apple (AAPL), Netflix (NFLX) e Alphabet (GOOG), dona do Google, abrirá caminho para uma “nova liderança” de commodities, ações de small cap (de menor valor de mercado), do setor industrial dos EUA, bancos europeus e de recursos de mercados emergentes, disseram.

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O BofA tem uma visão cautelosa, mesmo com a inflação menor do que o esperado, que levou o índice Nasdaq 100, pesado em tecnologia, a registrar seu melhor dia desde março de 2020.

Ações de tecnologia – que tendem a ser impactadas por juros mais altos, uma vez que representam um desconto maior para o valor atual dos lucros futuros – foram atingidas neste ano pelo agressivo ciclo de aperto monetário do Fed para combater a inflação.

  

O relatório de preços ao consumidor era o dado mais esperado do mês, e investidores haviam adiado grandes apostas no período anterior à divulgação. Na semana até 9 de novembro – um dia antes do relatório –, fundos de ações globais registraram saídas de US$ 4,6 bilhões, de acordo com o Bank of America, que cita dados da EPFR. Fundos dos EUA tiveram os primeiros resgates em cinco semanas.

No mesmo período, os investidores aplicaram US$ 3 bilhões em fundos globais de títulos e colocaram US$ 2,4 bilhões em caixa (posições de maior liquidez).

Na Europa, fundos de ações mostraram saídas pela 39ª semana consecutiva. Por estilo de negociação, papéis de crescimento nos EUA e small caps receberam entradas, enquanto ações de valor e large caps (de maior valor de mercado) sofreram resgates. Por setor, saúde e energia mostraram as maiores entradas, enquanto US$ 1 bilhão foi retirado de ações de tecnologia.

-- Com a colaboração de Michael Msika.

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