Trabalho remoto pode ampliar diversidade nas empresas, diz LinkedIn

Levantamento da rede social mostrou que o número de vagas totalmente retomas se estabilizou em 15%, enquanto minorias buscam preenchê-las

Antes de março de 2020, 2% das oportunidades de empregos nos EUA disponíveis no LinkedIn eram remotas, número que saltou para 20% durante a pandemia
Por Ella Ceron
12 de Novembro, 2022 | 12:48 PM

Bloomberg — As empresas podem até insistir para que seus funcionários voltem ao escritório, mas a maior parte das pessoas ainda prefere ficar em casa – principalmente quem faz parte de alguma minoria.

Candidatos negros, hispânicos e do sexo feminino fazem parte de uma parcela maior de novas contratações para funções que podem ser desempenhadas remotamente em comparação com seus colegas homens e brancos, segundo uma análise divulgada em 3 de novembro pelo LinkedIn.

Entre janeiro de 2019 e outubro de 2022, a plataforma registrou um aumento de 20% na participação de candidatas do sexo feminino em empregos totalmente remotos, em comparação com uma diminuição semelhante de candidatos do sexo masculino no mesmo período.

A análise também encontrou um aumento notável no interesse por esses tipos de trabalho entre negros e hispânicos. O LinkedIn analisou 1 milhão de contas pertencentes a homens e mulheres, bem como 300 mil contas de membros negros e latinos que optaram por compartilhar dados demográficos sobre si mesmos.

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Antes de março de 2020, 2% das oportunidades de empregos nos Estados Unidos disponíveis na plataforma eram remotas, disse Andrew McCaskill, especialista em carreira do LinkedIn. Durante a pandemia, contudo, esse número saltou para 20% e, desde então, se estabilizou em 15%.

No Reino Unido, a taxa é de 12%. Segundo a análise, 52% dos candidatos no LinkedIn ainda se candidatam a cargos remotos.

“Mais pessoas querem trabalhar remotamente, mas estamos vendo uma diminuição das oportunidades nesta modalidade, com cada vez mais empresas pedindo às pessoas que voltem ao escritório”, disse McCaskill. “Essa desconexão pode se tornar um problema quando nossas empresas começarem a pensar ‘como atrairemos estes talentos?’”, questionou.

Trabalhadores negros, em particular, eram mais propensos a preferir o trabalho remoto durante a pandemia, segundo pesquisas, com muitos dizendo que isso lhes permitiu escapar de alguns dos preconceitos que enfrentaram no escritório. Mulheres com filhos também dizem que isso as ajudou a equilibrar melhor as demandas do trabalho e da vida doméstica.

Mas há desvantagens. Os chefes mais velhos são mais propensos a querer seus funcionários no escritório, e o fenômeno de “estar perto” persiste, onde apenas ser visto no escritório pode afetar as avaliações de desempenho, promoções e segurança no emprego, segundo pesquisas recentes.

Um levantamento descobriu que os trabalhadores remotos são mais propensos a serem vistos como preguiçosos por seus colegas no escritório. Mulheres e trabalhadores negros também podem ser mais penalizados por trabalhar remotamente.

Embora o trabalho remoto seja apenas uma faceta da cultura da empresa, McCaskill sugere que pode ser decisivo quando se trata de contratar uma equipe diversificada. Os trabalhos remotos podem ampliar a gama de origem dos candidatos.

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“O trabalho remoto abre a porta para alguém em Jacksonville, Flórida, ou Nashville, Tennessee, ou Hattiesburg, Mississippi, conseguir um emprego em tecnologia sem se mudar para o Vale do Silício”, disse ele.

“À medida que começamos a olhar para os grupos de talentos e as oportunidades de equidade e inclusão, o trabalho remoto deve ser amplamente considerado no processo de cultura de flexibilização de uma empresa.”

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