BRF espera alta das vendas na Copa e quer ganhar mercado no Oriente Médio

Dona da Perdigão e da Sadia acredita que resultados do quarto trimestre devem ser melhores de olho na competição de futebol

Por

Bloomberg Línea — A BRF (BRFS3), dona das marcas Perdigão e Sadia, acredita que o próximo trimestre deve ser marcado pelas suas campanhas de marketing que acontecerão durante a Copa do Mundo e também pelo alto número de exportações de carnes.

Em teleconferência nesta quinta-feira (10), a empresa disse que o mundial de futebol masculino, que começa no dia 20 de novembro, deve beneficiar a companhia no próximo trimestre por causa das “ativações e do patrocínio” que serão realizados, além de dar à BRF uma chance de expandir os negócios.

“Temos uma grande oportunidade de seguir avançando o nosso portfólio de valor agregado pelo fato de a Copa acontecer no Oriente Médio. A intensificação do turismo e a expansão da economia local contribuirão para a manutenção da rentabilidade em níveis elevados no segmento”, disse a empresa. “Precisamos ter uma empresa que capitalize toda essa informação de qualidade, essa riqueza de diversidade geográfica, que tenha essa vantagem competitiva e que consiga transformar isso em resultados.”

No terceiro trimestre, a margem EBITDA do mercado halal (processados conforme as leis islâmicas) da BRF subiu 0,4 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre do ano passado para 12%, com alta de 16,1% no volume de vendas e preço médio 7,7% mais alto em dólares, compensando o aumento de custos. A BRF destaca que, em relação ao trimestre anterior, houve um aumento de volume de 3,1%, “que contribuiu para consolidar ainda mais a liderança na região, principalmente na categoria de processados, na qual se observa um crescimento de 8,4% no trimestre”.

Mas não sem desafios. A rentabilidade na região caiu, justificada pela redução dos preços em dólares, impacto da variação cambial nos custos dos estoques locais também pela deterioração dos resultados da Turquia, diante de um cenário macroeconômico desafiador na região.

No terceiro trimestre deste ano, a Turquia registrou uma inflação acumulada de 83,4%, o que, segundo a BRF, “pressionou a renda disponível e o poder de compra dos consumidores inibindo os repasses de custos de mesma proporção”. “Por isso estamos aumentando o volume de exportações para restringir a oferta local, estimulando a reação no mercado interno”, afirmou. A empresa ainda disse estar “fortalecendo a liderança de mercado com um ganho de participações consolidado, com destaque para categoria de processados que atingiu 30% de market share na região”.

Outras situações, como ”o problema sanitário da gripe aviária nos Estados Unidos e Europa”, segundo a companhia, podem influenciar positivamente os preços no próximo trimestre, com a exportação de suínos e frango em alta em mercados como Japão, Coreia, Cingapura e China. “Estamos preparados para capturar oportunidades, tanto nas variáveis de preço, como também de volumes”, disse.

A BRF também registrou um prejuízo de R$ 136,8 milhões no terceiro trimestre, em queda quando comparado aos R$ 271 milhões no mesmo período de 2021.

Para a empresa, “a melhora de R$ 134 milhões é explicada principalmente por menores despesas financeiras em R$ 303 milhões e impacto líquido positivo, não caixa, da hiperinflação da Turquia de R$ 17 milhões, que compensam o menor EBIT societário em R$ 167 milhões na comparação anual”.

Além disso, a BRF divulgou um EBITDA de R$ 1,32 bilhão, com uma receita líquida subindo 3,4% no ano a ano, para R$ 14,1 bilhões.

Leia também:

Brasil é um mercado-chave na estratégia cripto da Mastercard, diz executivo

Fundador da Red Bull recebeu R$ 4,4 bilhões em dividendos antes de morrer

Fortunas, cripto e dividendos: os planos do BB às vésperas do governo do PT