Bloomberg — O TikTok, da ByteDance, cortou cerca de US$ 2 bilhões da meta de receita publicitária para 2022, ressaltando as consequências de uma desaceleração global que atingiu outros gigantes da internet, do Google à Meta Platforms.
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, disse a alguns funcionários durante uma reunião recente que o aplicativo de propriedade chinesa reduziu a previsão de anúncios para 2022 para US$ 10 bilhões, de pelo menos US$ 12 bilhões anteriormente, de acordo com uma pessoa informada sobre o assunto. A revisão não incluiu segmentos de negócios menores, como e-commerce, acrescentou a pessoa, pedindo para não ser identificada porque as informações são privadas.
A ambição reduzida reflete uma retração nos gastos com marketing em todo o mundo, à medida que empresas e consumidores apertam orçamentos e se preparam para enfrentar uma possível recessão. Muitas das maiores empresas do mundo, incluindo Alphabet, Amazon, Meta e Microsoft, relataram resultados que ficaram aquém das projeções, cortando centenas de milhões a bilhões de dólares em suas avaliações de mercado.
A ByteDance se tornou a startup mais valiosa do mundo com o sucesso de aplicativos como o TikTok e sua contraparte chinesa Douyin, mas foi espremida entre a repressão de Pequim às empresas de internet em casa e as suspeitas de Washington sobre os serviços. Preocupações sobre como o TikTok armazena dados de usuários dos EUA e gerencia fluxos de informações entre funcionários na China e em outros lugares ressurgiram entre legisladores e políticos americanos enquanto se preparavam para as eleições de meio de mandato.
Como a maioria das plataformas de mídia social, o TikTok obtém a maior parte de sua receita com publicidade.
A controladora ByteDance adiou os planos para uma oferta pública inicial por conta da fuga de investidores de ativos mais arriscados. A Douyin gera muito mais receita, mas não está claro como a desaceleração chinesa está afetando essa unidade.
Os representantes do TikTok não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre a meta de receita, que foi relatado pela primeira vez pelo Financial Times.
Leia também
Zuckerberg pede ‘desculpas’ após anunciar corte de 11 mil empregos