Sem onda vermelha, disputa se acirra nos EUA

Últimas cotações

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

Os resultados das eleições norte-americanas de meio mandato estão provando o que as pesquisas e os dados históricos mostram, ou seja, que neste tipo de pleito o partido do poder executivo geralmente perde o controle do Congresso. Aparentemente, os republicanos foram capazes de se aproveitar das preocupações dos eleitores com a economia do país, mas esse regresso poderia complicar a gestão do presidente democrata Joe Biden nos dois anos restantes de seu mandato na Casa Branca.

Na Câmara dos Deputados, são disputadas 435 cadeiras e o controle é alcançado com 218, o que evidencia que os republicanos estão mais próximos de assumir o controle. Às 4h34 em Nova York, os republicanos estavam à frente dos democratas em uma luta acirrada pelo controle do Congresso, com 199 das cadeiras, contra 172 de seus oponentes.

No Senado, são disputadas 35 das 100 vagas - até agora são 48 cadeiras para os democratas e 48 para os republicanos. A maioria do Senado é alcançada com 51 cadeiras.

Quanto aos governadores, chave para as eleições presidenciais de 2024, 24 dos governadores já eleitos são republicanos e 21 são democratas. Com 26 governadores, a maioria é alcançada, de modo que os republicanos também prevalecem nesta votação.

⇒ Leia a matéria completa: Disputa acirrada pelo Congresso dos EUA sem a esperada “onda vermelha”

Para América Latina e para os latinos que vivem em território americano, as eleições podem ditar novas políticas a depender do partido que comandará o Congresso(Bloomberg/Bloomberg Creative Photos)

No Radar

A apuração das eleições de meio mandato nos Estados Unidos é o principal catalisador dos negócios. Os republicanos estão por retomar a Câmara dos Deputados (House of Representatives), mas a disputa continua acirrada no Senado. Historicamente, a prevalência do partido oposto ao do executivo no Congresso tende a dar impulso aos negócios no mercado financeiro. Outro fator de relevo para os investidores é a inflação nos EUA, cujo número oficial de outubro sai amanhã e pode mover as apostas sobre a próxima decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros.

🐦 Compra e venda. Elon Musk vendeu pelo menos US$ 3,95 bilhões em ações da Tesla poucos dias após fechar a compra do Twitter. Ele se desfez de 19,5 milhões de ações, a primeira venda desde agosto. Naquela ocasião, Musk disse que havia encerrado a venda de papéis da Tesla e que era importante evitar uma “venda de emergência”, caso ele fechasse a aquisição do Twitter. Musk nunca disse publicamente como planejava reunir os recursos para a aquisição da rede social por US$ 44 bilhões.

👾 Criptos em foco. O mercado de criptomoedas ainda se agita nesta jornada após o anúncio de que a exchange Binance vai adquirir sua rival FTX. com. A reviravolta tende a remodelar o mercado de mais de US$ 1 trilhão e os fundadores fizeram o anúncio pelo Twitter simultaneamente. A Binance lidera o mercado com um volume de negócios de cerca de US$ 31 bilhões até agora, seguido pela FTX, com cerca de US$ 3,7 bilhões, de acordo a CoinMarketCap.

💰 Apertando o cinto. O governo do Reino Unido busca arrecadar US$ 24 bilhões em novos impostos, volume que representa mais da metade do total necessário em receitas para organizar as contas do país. O pacote fiscal, que envolve também corte de gastos, será anunciado no próximo dia 17. Além de ajustar as faixas de tributação e os limites de isenção, espera-se que o pacote inclua uma revisão do imposto sobre ganho de capital. O mercado espera ainda que haja um aperto significativo, apesar de a economia estar enfraquecida.

🛑 Conversa nuclear. A Rússia e os EUA devem reunir-se nas próximas semanas para tratar sobre a retomada das inspeções de locais de armas atômicas sob o tratado de controle de armas New START, que foi suspenso desde a invasão russa da Ucrânia. Enquanto isso, a Coreia do Norte voltou a a disparar hoje um míssil de curto alcance en sua costa leste, ampliando as preocupações da Coreia do Sul, do Japão e também dos Estados Unidos.

🟢 As bolsas ontem (8): Dow Jones Industrials (+1,02%), S&P 500 (+0,56%), Nasdaq Composite (+0,49%), Stoxx 600 (+0,75%), Ibovespa (+0,71%)

As principais bolsas de valores dos Estados Unidos apresentaram ganhos, no aguardo dos resultados das eleições americanas de meio mandato. O atual cenário de pressões inflacionárias está tornando os investidores cautelosos e o índice de preços ao consumidor de outubro, a ser conhecido amanhã, poderá fornecer pistas sobre a direção que os membros do Fed tomarão.

→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Estoques e Vendas no Atacado/Set, Pedidos de Hipotecas, Relatório de Estoques de Petróleo-EIA

• Europa: Reino Unido (Índice RICS de Preços de Imóveis/Out); Portugal (Balança Comercial/Set, Taxa de Desemprego/3T22)

• Asia: Japão (Índice Economy Watchers/Out)

• América Latina: Brasil (vendas no Varejo/Set); México (IPC/Out)

• Bancos centrais: Relatório Mensal do BCE, Reunião de Política Não Monetária do BCE, Discursos de John Williams e Tom Barkin (Fed), Frank Elderson (BCE)

• Balanços: Siemens, Banco do Brasil, Eletrobras, Nissan, Gerdau

📌 Para a semana:

• Quinta: EUA (IPC/Out, Pedidos de Seguro Desemprego); Brasil (IPCA); Bancos Centrais: Relatório Mensal do BCE, Discursos de Lorie Logan, Esther George e Loretta Mester (Fed), David Ramsden (BoE)

• Sexta: EUA (Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan); Reino Unidos e Hong Kong (PIB 3T22); Alemanha (IPC); Discurso de Luis de Guindos e Philip Lane (BCE)

• Balanços: AstraZeneca, Deutsche Telekom, Merck, Brookfield, Itaú, ArcelorMittal, Fujifilm, Tata Steel, JBS, Allianz, SoftBank, Cosan