Petz dribla inflação e receita sobe 38% no terceiro trimestre

Empresa também teve um lucro 34% maior na comparação anual, de R$ 356 milhões, e diz estar estudando a dinâmica das recentes aquisições

Petz tem 200 lojas, com 13 inaugurações no terceiro trimestre de 2022
09 de Novembro, 2022 | 12:47 PM

Bloomberg Línea — A Petz (PETZ3) registrou uma receita bruta 37,9% mais alta no terceiro trimestre deste ano quando comparada ao mesmo período do ano passado, subindo para R$ 884,6 milhões. A empresa também teve um lucro 34% maior na comparação anual, de R$ 356 milhões, ficando acima das estimativas do mercado.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (9), a Petz afirma que “o ano de 2022 representa um período ímpar na história da companhia”, oferecendo “aprendizados e reflexões” em um cenário macroeconômico desafiador, com altas taxas de inflação no segmento pet, aceleração no ritmo de expansão de lojas, maior participação nas vendas digitais e integração das quatro aquisições feitas pela empresa, que, segundo o comunicado divulgado nesta quarta-feira (9), agregam “competências diferenciadas e complementares, que serão fundamentais no médio/longo prazo, mas que ainda possuem diferentes níveis de rentabilidade e/ou estágios de maturidade”.

Ainda sobre as aquisições, a Petz diz estar “entendendo melhor as dinâmicas” das quatro companhias que foram adquiridas, como a Zee.Dog, comprada no ano passado, que, no trimestre, registrou uma receita bruta 16,1% maior no ano a ano. Para o BTG Pactual (BPAC11), o impacto das aquisições tende a ser menor com o passar do tempo. “À medida que a empresa captura as sinergias da aquisição, a Zee.Dog deve apresentar margens melhores nos próximos trimestres, com a administração já sinalizando o breakeven [quando um negócio se torna sustentável’em maio] e uma margem de contribuição positiva no terceiro trimestre”, afirmam os analistas.

O banco recomenda a compra dos ativos da Petz, com preço-alvo de R$ 26 e entende a expansão da companhia como algo “saudável” para os negócios. “Embora as margens ainda estejam sob pressão, tendência que esperamos persistir nos próximos trimestres, com uma combinação negativa de inflação, mix de vendas e integração/ramp-up de aquisições, a Petz continua apresentando uma expansão decente da receita”, dizem os analistas. O BTG enxerga que, embora as ações devam continuar pressionadas no curto prazo, “a Petz continua a ser uma das teses principais” do banco. Um dos motivos citados é o fato de “a Petz ser considerada mais competitiva do que os players regionais e marketplaces horizontais”. O crescimento no número de lojas também é apontado como algo positivo — ao todo, a Petz tem 200 unidades, com 13 inaugurações no terceiro trimestre de 2022.

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Apesar de também recomendar a compra dos papéis da companhia de produtos para animais de estimação, a Ativa Investimentos entende que a pressão se mantém, colocando a ação com preço-alvo de R$ 17,20. Para a corretora, a Petz entrega crescimento de receita, abertura de lojas e penetração digital, mas o crescimento “ainda pesa nas margens”.

“O cenário macroeconômico vem afetando as vendas e o fluxo em lojas maduras é afetado pela inauguração de novas lojas. A operação digital segue crescendo e vem se fortalecendo com a expansão geográfica da companhia, atingindo novos recordes de participação, entregando uma experiência cada vez melhor para o cliente. No longo prazo, esperamos observar expansão nas margens da Zee.Dog, à medida que as sinergias operacionais vão sendo capturadas”, afirma a Ativa em relatório.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.