Disputa acirrada pelo Congresso dos EUA sem a esperada “onda vermelha”

Republicanos estão perto de retomar o controle da Câmara dos EUA; luta pela maioria no Senado se mostra feroz e, na disputa pelo governo, os “vermelhos” estão à frente

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Bloomberg Línea — Os resultados das eleições norte-americanas de meio mandato estão provando o que as pesquisas e os dados históricos mostram, ou seja, que neste tipo de pleito o partido do poder executivo geralmente perde o controle do Congresso. Aparentemente, os republicanos foram capazes de se aproveitar das preocupações dos eleitores com a economia do país, mas esse regresso poderia complicar a gestão do presidente democrata Joe Biden nos dois anos restantes de seu mandato na Casa Branca.

Na Câmara dos Deputados, são disputadas 435 cadeiras e o controle é alcançado com 218, o que evidencia que os republicanos estão mais próximos de assumir o controle. Às 4h11 em Nova York, os republicanos estavam à frente dos democratas em uma luta acirrada pelo controle do Congresso, com 197 das cadeiras, contra 168 de seus oponentes.

No Senado, são disputadas 35 das 100 vagas - até agora são 48 cadeiras para os democratas e 47 para os republicanos. A maioria do Senado é alcançada com 51 cadeiras.

Quanto aos governadores, chave para as eleições presidenciais de 2024, 24 dos governadores já eleitos são republicanos e 21 são democratas. Com 26 governadores, a maioria é alcançada, de modo que os republicanos também prevalecem nesta votação.

Uma maioria republicana em uma ou ambas as casas do Congresso acabaria com o controle democrático unificado em Washington e levaria à intensificação de batalhas partidárias e a um possível impasse nas propostas políticas. Além disso, a administração Biden enfrentar uma série de questionamentos dos presidentes das comissões da Câmara que envolvem processos jurídicos.

De acordo com a Bloomberg, as esperanças dos democratas de elevar impostos para ricos e corporações seriam frustradas se os republicanos controlarem ao menos uma das casas do Congresso. Além disso, também ficariam menores as perspectivas de uma legislação antitruste visando grandes empresas de tecnologia ou um imposto sobre lucros inesperados para as empresas petrolíferas.

De toda forma, apesar do aparente triunfo dos republicanos, a corrida está mais apertada do que se previa e a uma “onda vermelha” não prevaleceu. Os resultados preliminares refletem um país politicamente dividido no qual as tendências podem mudar à medida que os eventos se desenrolam.

E qual é a posição dos latinos neste tabuleiro de xadrez político?

As pesquisas apontaram que os eleitores hispânicos continuaram a se identificar mais com os democratas sobre a maioria das questões de interesse nesta eleição. Também indicaram que esses eleitores estavam inclinados para o partido republicano sobre a economia e a última pesquisa NYT/Siena, por exemplo, constatou que 41% dos eleitores latinos concordaram com os republicanos sobre questões econômicas, como o controle da inflação.

De acordo com o Centro de Pesquisa Pew, este ano 34,5 milhões de hispano-americanos eram elegíveis para votar e, embora ainda faltem dados para saber como a comunidade votou, sabe-se que a comparecência desse grupo é forte.