Disney tem recorde com parques pós-covid, mas perde no streaming; ação despenca

Mesmo com receita alta no segmento de atrações temáticas, analistas dizem que esperavam mais da companhia do Mickey

Disney+ deve se tornar lucrativo em 2024, segundo CEO da Disney
08 de Novembro, 2022 | 07:19 PM

Bloomberg Línea — Com a reabertura dos parques após o auge da pandemia, a Disney (DIS) viu sua receita no segmento bater um novo recorde no quarto trimestre fiscal, segundo resultados divulgados nesta terça-feira (8).

No entanto, enquanto os parques tiveram uma receita de US$ 7,42 bilhões no trimestre, um aumento de 36% em relação ao ano anterior, a plataforma de streaming da companhia, o Disney+, teve receita mensal média por assinante pago nos Estados Unidos caindo de US$ 6,81 bilhões para US$ 6,10 bilhões. Segundo a Disney, isso aconteceu devido a um mix maior de assinantes para ofertas de vários produtos, parcialmente compensado por um aumento no varejo.

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As ações da Disney caíam 9,45%, às 19h15 (horário de Brasília) no after market em Nova York.

A companhia registrou uma receita líquida de U$ 20,2 bilhões no período, subindo 9% em comparação ao ano passado, abaixo das expectativas do mercado. O lucro foi de US$ 162 milhões, também representando um crescimento em relação ao quarto trimestre de 2021.

Em todos os serviços de streaming ofertados pela Disney, como o Hulu e a ESPN+, a companhia viu 14,6 milhões de assinaturas totais serem adicionadas. O Disney+ ganhou 12,1 milhões de novos assinantes no período, totalizando 164,2 milhões. Os números são divulgados depois que a rival Netflix (NFLX) superou as previsões internas e de Wall Street no trimestre, adicionando 2,41 milhões de assinantes.

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“O rápido crescimento de Disney+ em apenas três anos desde o lançamento é resultado direto de nossa decisão estratégica de investir fortemente na criação conteúdo e lançando o serviço internacionalmente, e esperamos que nossas perdas operacionais diminuam daqui para frente e que o app alcance lucratividade no ano fiscal de 2024, supondo que não vejamos uma mudança no clima econômico”, afirmou o CEO da Disney, Bob Chapek, em comunicado.

Até o momento, segundo o Wall Street Journal, a empresa já perdeu US$ 8 bilhões no segmento de streaming. Para Chapek, a situação deve melhorar com o lançamento de uma versão com anúncios da plataforma de streaming.

Do lado físico do negócio, a empresa afirma que 2022 deve ser um ano recorde para os parques em geral, com os hóspedes gastando mais dinheiro nas atrações temáticas. Mas analistas do mercado esperavam mais. “O número para os parques é muito menor do que esperávamos”, disse Geetha Ranganathan, analista da Bloomberg Intelligence, à Bloomberg TV. Segundo ela, o “furacão e a inflação podem ter impactado a demanda do consumidor em uma área de forte crescimento”. “Com isso, os resultados não parecem mais tão positivos”, disse Ranganathan.

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Sobre a covid-19, a Disney diz que “embora as operações tenham sido retomadas, muitos dos negócios continuam sofrendo impactos, como medidas incrementais de saúde e segurança e aumento de despesas relacionadas, restrições de capacidade e fechamentos (incluindo em alguns parques internacionais e em cinemas em certos mercados) e interrupção das atividades de produção”.

--Com informações de Bloomberg News

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.