Quem paga a conta? COP27 deve discutir perdas de desastres climáticos

Desastres recentes, como enchentes no Paquistão, reforçaram apelos para criação de mecanismo financeiro específico

Financiamento de danos causados por eventos climáticos expôs divisões entre nações ricas e pobres
Por John Ainger e Salma El Wardany
06 de Novembro, 2022 | 09:33 AM

Bloomberg — As negociações climáticas da Organizações das Nações Unidas (ONU) começaram no Egito com um acordo inovador para discutir o financiamento de danos causados por eventos climáticos cada vez mais extremos — uma questão que expôs divisões entre nações ricas e pobres.

Os negociadores da COP27, que começa neste domingo (6), concordaram em incluir um item na agenda para discutir “perdas e danos”, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto.

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Países em desenvolvimento e pequenos estados insulares, que contribuíram com uma pequena quantidade para as emissões históricas de gases que aquecem o planeta, mas sofreram alguns dos piores efeitos das mudanças climáticas, têm pressionado para que o assunto seja discutido.

O item da agenda será intitulado: “Assuntos relacionados a acordos de financiamento que respondem a perdas e danos associados aos efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo o foco no tratamento de perdas e danos”.

Sameh Shoukry, presidente da COP27 do Egito, dirá que o item da agenda terá como objetivo adotar uma decisão conclusiva sobre perdas e danos “até 2024″, disse uma das pessoas. Ele também dirá que o item da agenda será baseado em “cooperação e facilitação” e não em “responsabilidade ou compensação”.

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Perdas e danos são um campo de batalha nas negociações climáticas por décadas, com os países desenvolvidos relutantes em pagar potencialmente bilhões de dólares de compensação devidos às nações mais pobres por conta a séculos de uso ininterrupto de combustíveis fósseis. Desastres recentes, como enchentes no Paquistão, reforçaram os apelos para a criação de um mecanismo financeiro específico.

— Com ajuda de Jennifer A. Dlouhy.

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