Bloomberg — A Apple informou na noite deste domingo (6) que espera remessas menores do que o esperado do modelo mais novo do iPhones, depois que os lockdowns na China afetaram as operações na fábrica do principal fornecedor da companhia.
De acordo com pessoas familiarizadas com os planos ouvidas pela Bloomberg News, a Apple espera produzir pelo menos 3 milhões de aparelhos iPhone 14 a menos do que o previsto originalmente este ano.
A empresa e seus fornecedores agora pretendem fabricar 87 milhões de dispositivos ou menos, comparado a uma meta anterior de 90 milhões, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas. A redução se deve principalmente à demanda mais fraca pelos modelos iPhone 14 e 14 Plus, alternativas mais baratas aos aparelhos Pro de última geração.
A empresa continua a prever uma forte demanda pelos modelos iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max, mas os lockdowns significam que “os clientes terão tempos de espera mais longos para receber seus novos produtos”, disse a Apple em comunicado no domingo.
As vendas do iPhone 14 e Plus esfriaram rapidamente desde o lançamento e a desaceleração se aprofundou na China, segundo análise da Jefferies sobre o maior mercado de smartphones do mundo. A Apple já havia cancelado planos de aumentar a produção de seus novos iPhones este ano depois que um aumento esperado da demanda não se confirmou, segundo reportagem da Bloomberg.
A ação abrupta do governo chinês na quarta-feira passada para isolar a fábrica operada pela Hon Hai Precision Industry até 9 de novembro deve interromper ainda mais uma unidade de produção que já enfrenta um surto de coronavírus, êxodo de trabalhadores e quarentena forçada.
Embora as autoridades locais tenham dito que a produção na fábrica basicamente permanece normal, a Hon Hai disse em um comunicado que está reduzindo sua perspectiva de vendas do quarto trimestre para levar em consideração o bloqueio chinês.
O governo local ordenou que pessoas e veículos evitassem sair às ruas, exceto por motivos médicos ou outros motivos essenciais, uma proibição que ameaça cortar o fluxo de trabalhadores e de componentes necessários para acelerar a produção antes da temporada de compras de fim de ano.
As medidas podem agravar ainda mais as dores de cabeça que a Foxconn e a Apple já estão enfrentando à medida que as vendas de iPhones diminuem na China.
Enquanto isso, a fábrica da Foxconn continua operando dentro de um “circuito fechado”, ou uma bolha independente que limita o contato com o mundo exterior. Isso está mantendo alguma produção em andamento.
Analistas da SMBC Nikko liderados por Ryosuke Katsura na sexta-feira reduziram sua previsão para a produção da Apple em 2022 para 85 milhões de novos iPhones, de 91 milhões de unidades. A revisão aumenta a estimativa para a produção de modelos Pro, mas reduz a de versões padrão em uma margem maior.
“Alguns bancos começaram a levar em conta o impacto potencial dessas mudanças em suas estimativas de lucros”, disseram Katsura e colegas. Eles revisaram suas previsões após “confirmação nesta semana de correções de produção e vendas na China e sinais emergentes de cortes de produção em alguns fabricantes de materiais”.
A Apple não quis comentar além de uma declaração anterior sobre o fornecimento do complexo de Zhengzhou, que é operado pela Foxconn.
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-- Atualizada em 07/11/2022, às 9h24, para incluir a informação da estimativa da redução da produção de iPhones em 3 milhões de unidades.
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