Por que as exportações do Brasil para a China podem ganhar um novo impulso

País asiático se prepara para comprar farelo de soja brasileiro, em um esforço para diversificar as fontes do ingrediente de ração animal

O Brasil é o segundo maior exportador de farelo de soja, atrás apenas da Argentina
Por Tarso Veloso e Hallie Gu
05 de Novembro, 2022 | 12:48 PM

Bloomberg — A China se prepara para importar farelo de soja do Brasil como parte de esforços mais amplos para diversificar as fontes do ingrediente de ração animal, aliviar a escassez de oferta no curto prazo e reduzir os riscos de inflação.

As tradings já se mexem para trazer o primeiro carregamento de farelo de soja brasileiro para a China depois que Pequim deu o sinal verde alguns meses atrás. Embora os volumes iniciais possam ser pequenos, a mudança representa mais um passo nos esforços de Pequim para encontrar novas fontes de suprimentos agrícolas para reforçar sua segurança alimentar.

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A decisão, logo após a China abrir seu mercado às importações de milho do Brasil, é mais um impulso ao comércio entre o maior exportador agrícola do mundo e o maior comprador de soja. O Brasil é o segundo maior exportador de farelo de soja, atrás apenas da Argentina, com embarques de 20,25 milhões de toneladas na safra 2021-22. A China importou 60.000 toneladas do mercado global nesse período.

A China geralmente não importa farelo de soja. Em vez disso, costuma comprar grandes quantidades da oleaginosa em grãos do Brasil e dos EUA para sua indústria de processamento, que supre o país de ração animal e óleo de cozinha. Compras menores no início do ano contribuíram para uma escassez de farelo de soja, e os preços atingiram níveis recordes em algumas províncias.

A China aprovou 14 instalações brasileiras para embarque de farelo de soja, incluindo algumas pertencentes à Bunge, Olam e Coamo, segundo lista publicada recentemente no site da alfândega chinesa. Isso indica que a China pode se tornar um maior comprador de farelo de soja quando as margens forem lucrativas.

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Pelo menos 30 locais solicitaram ao Ministério da Agricultura brasileiro uma licença para exportar farelo de soja para a China, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pela Bloomberg News, que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente. Além dos 14 já aprovados, cinco estão em análise, três aguardam revisão, dois têm problemas para corrigir e três foram negados, o que em breve poderá elevar o número total de instalações autorizadas para mais de 20.

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