Americanos que ajudaram Carlos Ghosn a fugir são enviados de volta aos EUA

Michael Taylor e o filho Peter Taylor foram presos no ano passado e agora poderão cumprir a pena nos EUA

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Bloomberg — Pai e filho condenados a cumprir pena em uma prisão japonesa por ajudar o executivo Carlos Ghosn a fugir do país foram transferidos para os Estados Unidos há uma semana, encerrando mais um capítulo da saga corporativa envolvendo o ex-presidente da Nissan e Renault.

Michael Taylor, o pai e ex-membro das Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos, e o filho Peter Taylor, foram presos no ano passado após se declararem culpados por ajudar o executivo da indústria automobilística a fugir do julgamento no final de 2019 e seguir para Beirute. Ghosn foi preso no Japão em 2018 sob a acusação de subnotificação de renda e outros crimes corporativos, o que ele nega.

A transferência para os Estados Unidos foi organizada pela agência penitenciária americana Federal Bureau of Prisons em um voo no final de outubro, depois que os dois governos concordaram em deixá-los cumprir o restante de suas sentenças nos EUA, de acordo com Peter, que foi libertado logo após a chegada. Michael deve ser libertado em breve, aguardando questões processuais, acrescentou. Uma ligação para um porta-voz da promotoria de Tóquio não foi respondida neste sábado (5).

“Faz muito tempo que esperava esse desfecho”, disse Peter Taylor, acrescentando que está tentando recuperar parte do peso que perdeu na prisão. “É ótimo. É difícil colocar em palavras.”

Com Ghosn fora de alcance — o Líbano não extradita seus cidadãos — a dupla tornou-se o alvo no Japão na ação contra Ghosn. Greg Kelly, ex-diretor da Nissan que foi detido no mesmo dia que seu chefe, foi inocentado da maioria das acusações e deixou o Japão no início deste ano. Ele está recorrendo da sentença.

Michael Taylor recebeu uma sentença de dois anos, enquanto Peter Taylor foi condenado a cumprir 20 meses de prisão.

Após passar um tempo na prisão no Japão, Ghosn foi libertado sob fiança quando encenou sua fuga. Ghosn viajou para o aeroporto de Osaka em 29 de dezembro de 2019, em um trem-bala. De lá, ele foi levado para um jato particular que voou para Istambul, onde trocou de avião e seguiu para Beirute.

A dupla pediu desculpas aos promotores e ao sistema de justiça do Japão, dizendo que ajudar Ghosn a fugir foi um erro. Michael Taylor nunca negou seu envolvimento na fuga, falando no tribunal no ano passado sobre como ele organizou e executou a operação descarada. O papel de Peter é menos claro.

“Espero que ele saia o mais rápido possível”, disse Peter sobre seu pai.

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