Jeff Bezos é processado por ex-empregada por supostas condições insalubres

Profissionais de sua casa relatam que tentavam comer em uma lavanderia e eram proibidos de usar banheiro em sala de segurança próxima

Bezos, fundador da Amazon, é acusado de discriminação racial
Por Matt Day
04 de Novembro, 2022 | 03:44 PM

Bloomberg — Jeff Bezos foi processado por uma ex-funcionária de sua casa que alega ter sido alvo de discriminação racial por parte da equipe e forçada a trabalhar longas horas em condições insalubres, sem descanso ou intervalos para refeições.

Mercedes Wedaa, que se juntou à equipe do bilionário fundador da Amazon (AMZN) em setembro de 2019, às vezes trabalhava de 10 a 14 horas por dia e supervisionava uma equipe de cinco a seis pessoas, de acordo com a queixa apresentada na terça-feira (1º) no tribunal estadual de Seattle.

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A equipe de Wedaa não tinha uma sala de descanso ou área de descanso designada e nenhum banheiro de fácil acesso, segundo a queixa. Os profissionais de limpeza tentavam comer em uma lavanderia e eram proibidos de usar o banheiro em uma sala de segurança próxima, forçando-os a sair pela janela para conseguir ir ao toalete, de acordo com a denúncia.

“Investigamos essas alegações, elas não têm mérito e vamos nos defender contra elas”, disse Harry Korrell, advogado que representa Bezos e outros réus, em comunicado por e-mail.

Um dos gerentes domésticos de Bezos “se tornou agressivo e abusivo” com Wedaa e tratou ela e outros funcionários hispânicos de maneira diferente dos jardineiros brancos e da equipe de manutenção de Bezos, disse Wedaa. Ela foi demitida após quase três anos de emprego, de acordo com a denúncia.

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“As leis trabalhistas dizem que os funcionários devem ser pagos pelo trabalho que realizam e devem poder realizá-lo em um local seguro, higiênico e saudável”, disse Patrick McGuigan, advogado que representa a Wedaa.

Wedaa busca receber salários e benefícios em atraso, além de danos monetários, de acordo com a denúncia.

Em um e-mail subsequente, Korrell disse que Wedaa ganhava mais de “seis dígitos por ano”, era responsável por seus próprios intervalos e refeições e que ela e sua equipe tinham acesso a vários banheiros e salas de descanso.

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“As evidências mostrarão que a Sra. Wedaa foi demitida por motivos de desempenho”, disse ele. Wedaa inicialmente exigiu mais de US$ 9 milhões, acrescentou Korrell, “e quando a empresa recusou, ela decidiu entrar com esse processo”. Ele também disse que a acusação de Bezos e sua namorada, Lauren Sanchez, discriminarem Wedaa com base em sua raça ou nacionalidade era “absurda”.

Os réus no caso incluem Zefram LLC e Northwestern LLC, que o processo identifica como entidades que administram as propriedades de Bezos.

O processo foi relatado anteriormente pelo site de notícias de tecnologia GeekWire, de Seattle.

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