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A Petrobras anotou um lucro 15,2% menor no terceiro trimestre, comparativamente aos três meses anteriores. A queda da cotação do petróleo no mercado internacional foi o principal vilão das contas da estatal, que precisou aplicar uma série de cortes nos preços de derivados como gasolina, diesel e GLP.
De julho a setembro, o ganho líquido de uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo somou R$ 46,11 bilhões, abaixo dos R$ 54,3 bilhões obtidos entre abril e junho, mas acima do esperado pelo mercado (R$ 43,3 bilhões). Na base anual, houve um aumento do lucro de 48% em relação a período equivalente do ano passado (R$ 31,1 bilhões).
Mas o custo dos barris de petróleo não foi o único responsável pelo lucro menor da Petrobras. A ausência de um ganho de R$ 14,2 bilhões referente ao acordo de coparticipação em Sépia e Atapu, ocorrido no segundo trimestre, também pesou nos cálculos.
Futuro da estatal
Após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (30), o mercado começou a analisar as possibilidades para comandar a Petrobras em 2023. Entre os nomes, está o senador Jean Paul Prates, do PT potiguar, que atuou na campanha de Lula contribuindo para o plano de governo com propostas para o setor.
Ontem, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a distribuição de dividendos pela petroleira, cujo maior acionista é o governo federal, com 28,67% das ações. Em 2022, a petroleira anunciou a distribuição de cerca de R$ 180 bilhões em proventos aos acionistas, valor 77,5% acima do pago em todo o ano de 2021.
⇒ Leia mais: Lucro da Petrobras cai 15% no 3º tri com redução do preço do petróleo
No radar dos Mercados
Os investidores se debruçam sobre a perspectiva de reabertura econômica na China, embora o cenário para os mercados tenha ficado mais sombrio desde que o presidente do Federal Reserve (Fed) Jerome Powell avisou que o ritmo de aperto monetário seguirá firme. A temporada massiva de balanços, que vinha funcionando alguns dias como um contrapeso, está chegando ao fim e, antes de fechar a semana, os investidores esmiúçam os dados oficiais de emprego nos Estados Unidos.
😷 Fim do Covid Zero? Os operadores voltam a monitorar sinais de que a política Covid Zero da China possa estar perto do fim, o que justificou a valorização dos índices chineses, que dão suporte para ganhos nas demais praças. Desta vez, o mercado se orienta pela possibilidade de que o país asiático acabe com a penalização de companhias aéreas por casos de Covid que chegam ao país.
👷🏼 Trabalho em foco. Enquanto isso, o mercado de trabalho deve mostrar que continua aquecido segundo as estimativas de mercado. As folhas de pagamento (payroll) de outubro são o primeiro dado de relevo após a decisão do Fed. Até o próximo encontro do banco central, ainda haverá um conjunto de discursos e dados de inflação, emprego e atividade a serem ponderados, com poder de mover apostas sobre a política monetária.
🤝🏻 Reunião estratégica. O encontro do chanceler da Alemanha Olaf Scholz hoje com o presidente da China Xi Jinping é uma tentativa de evitar que as relações com a União Europeia se deteriorem ainda mais no atual cenário geopolítico. Nesse primeiro encontro pessoal entre os dois em Pequim, Xi Jinping pediu à comunidade internacional que “rejeite a ameaça de armas nucleares” que vem sendo feita pela Rússia.
🟢 As bolsas ontem (3): Dow Jones Industrials (-0,46%), S&P 500 (-1,06%), Nasdaq Composite (-1,73%), Stoxx 600 (-0,93%), Ibovespa (-0,03%)
Os mercados acionários dos EUA estenderam a queda na quinta-feira, ainda reverberando declarações de Jerome Powell após a decisão do Fed. A perspectiva de uma taxa de juros mais alta que o previsto nos EUA e a expectativa em relação aos dados oficiais do mercado de trabalho hoje levaram os investidores a optar por ativos de segurança.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• PMI Composto e de Serviços/Out: Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, Japão, Brasil
• EUA: Folha de Pagamentos (Payrolll), Taxa de Desemprego
• Europa: Zona do Euro (Índice de Preços ao Produtor/Set); Reino Unido (PMI de Construção/Out); Alemanha (Pedidos Industriais/Set); França (Produção Industrial, Folha de Pagamentos/3T22); Espanha (Produção Industrial/Set, PMI Setor de Serviços/Out)
• América Latina: Brasil (Fluxo Cambial Estrangeiro)
• Bancos centrais: Discursos de Susan Collins (Fed), Christine Lagarde (BCE), Luis de Guindos (BCE), Huw Pill (BoE) e Joachim Nagel (Bundesbank)
• Balanços: Alibaba, Duke Energy, Telefónica, Société Générale, Siemens
📌 Para segunda-feira:
• EUA (Índice de Tendência de Emprego/Out); Zona do Euro (Confiança do Consumidor/Nov); Reino Unido (Vendas no Varejo/Out, Índice de Preços de Imóveis/Out); Alemanha (Produção Industrial/Set); PMI de Construção/Out (Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha); China (Balança Comercial/Out)
• Balanços: BioNTech, Ryanair, Subaru, Roblox
Destaques da Bloomberg Línea:
• Equipe de Lula e relator propõem PEC para garantir Bolsa Família de R$ 600
• Amazon se junta à onda de congelamento de contratações em meio a incertezas
• Lucro do Mercado Livre sobe 35,8% em um ano e chega a US$ 129 milhões
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