Bloomberg Línea — Funcionários do Twitter (TWTR) no Brasil tiveram o acesso aos seus computadores de trabalho bloqueado desde as primeiras horas desta sexta-feira (4), depois que Elon Musk assumiu a empresa prometendo mudanças.
No Brasil, a Bloomberg Línea apurou que a equipe de 150 funcionários comandada por Fiamma Zarife recebeu um e-mail às 4 horas da manhã avisando que os computadores seriam bloqueados e pedindo para que os funcionários aguardassem mais informações.
A Bloomberg Línea tentou entrar em contato com funcionários do Twitter por e-mail, mas a mensagem não chegou.
Na madrugada, Zarife publicou em seu Twitter: “Enviando meus melhores pensamentos e energia para todos os tweeps ao redor do mundo. Admiração e respeito por tudo que fizemos juntos. Sempre aqui para o que precisar. 💙”
Ela ainda respondeu a líder de agências para o Twitter México, Almudena Blanco: “Eu sempre estarei aqui para você. Foi uma grande alegria trabalhar contigo. Tudo vai ficar bem. Deixe-me saber sobre seus próximos passos e como posso ajudá-la, por favor”.
Os funcionários terão que verificar dois endereços de e-mail para descobrir se ainda têm um emprego, de acordo com um memorando interno enviado aos funcionários dos Estados Unidos e visto pela Bloomberg News. Um e-mail para a conta de trabalho desses funcionários significaria que eles foram mantidos. Um e-mail na caixa de entrada pessoal significaria que eles foram demitidos.
Não foi o mesmo e-mail que os funcionários do Brasil receberam, conforme apurou a Bloomberg Línea.
No Brasil, o e-mail dizia que a empresa estava conduzindo uma força-tarefa para melhorar a situação da companhia. Os que receberam este e-mail estariam em risco de serem impactados ou cortados. O e-mail dizia ainda que os funcionários estavam perdendo o acesso ao servidor por uma política de proteção de dados, mas que, no entanto, isso não significaria uma suspensão de contrato.
O Twitter prometeu notificar os funcionários até as 9h, horário de São Francisco (13h no Brasil) e fechou temporariamente os escritórios, além de suspender o acesso por crachá “para ajudar a garantir a segurança de cada funcionário, bem como dos sistemas do Twitter e dados dos clientes”, dizia o memorando.
Musk planeja eliminar metade da força de trabalho do Twitter para reduzir custos na plataforma de mídia social que adquiriu por US$ 44 bilhões no mês passado, disseram pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg News. A empresa também deve encontrar maneiras de lidar com os custos dos juros em uma enorme pilha de dívidas.
“Em um esforço para colocar o Twitter em um caminho saudável, passaremos pelo difícil processo de reduzir nossa força de trabalho global na sexta-feira”, disse a administração do Twitter em um e-mail revisado pela Bloomberg News. “Reconhecemos que isso afetará vários indivíduos que fizeram contribuições valiosas ao Twitter, mas infelizmente essa ação é necessária para garantir o sucesso da empresa daqui para frente.”
A velocidade das mudanças está tendo repercussões. O Twitter está sendo processado em São Francisco por não dar aviso prévio com o plano de eliminar cerca de 3.700 empregos.
Alguns anunciantes também desconfiam dos planos de Musk de reexaminar a política de moderação de conteúdo do Twitter. A Volkswagen, maior montadora da Europa, juntou-se à Pfizer e à General Mills na pausa temporária da publicidade na plataforma.
-- Com informações da Bloomberg News
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