Bloomberg — Apesar do cenário de desaceleração da economia global e alta inflação, a tendência é de alta no mundo da arte, com colecionadores de elevado patrimônio em busca de achados nas mostras internacionais.
Os compradores estão otimistas com as perspectivas para o mercado global de arte, com a chegada de obras que estavam escondidas em coleções particulares há anos. A alta nos preços ajudou a aquecer o mercado, segundo comerciantes na exposição Art Basel na Suíça, em junho.
Nesta quinta-feira (3), um estudo divulgado pela Art Basel em parceria com o banco suíço UBS mostrou que o investimento médio dos compradores no primeiro semestre foi de US$ 180 mil, comparado a US$ 164 mil em 2021 e a US$ 100 mil em 2019.
O percentual de obras de arte no valor de US$ 1 milhão ou superior praticamente dobrou, de 12%, em 2021, para 23% em 2022 – e agora encontra-se no mesmo nível de 2019.
Os leilões também estão em alta. As casas de leilão Christie’s, Sotheby’s e Phillips relataram um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de feiras de arte também saltou 20% e se aproxima dos níveis pré-pandemia.
A pesquisa, realizada em agosto, perguntou a 2.709 pessoas com pelo menos US$ 1 milhão para investir sobre sua atividade global de colecionador em 11 mercados: Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, China continental, Hong Kong, Singapura, Japão, Taiwan e Brasil.
“Se o crescimento continuar no mesmo ritmo no segundo semestre de 2022, o comércio internacional pode atingir níveis recordes nos principais mercados de arte”, disse o relatório.
Os dados trazem ventos favoráveis à edição da Art Basel que acontece em Miami no próximo mês. Em feiras de arte recentes, os preços estavam altos, mas as pessoas estavam comprando apesar da incerteza econômica.
Em meio a multidões sem precedentes na Frieze London no mês passado, o CEO da Pace Gallery, Marc Glimcher, disse à Bloomberg News que colecionadores ricos permanecem imperturbáveis.
“Qualquer desaceleração macroeconômica teria que durar um bom tempo para realmente nos impactar”, disse. Ele estima que levaria cerca de um ano e meio de más notícias sem trégua para mudar o comportamento de compra de arte.
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