Terceiro turno fora das cartas?

Também no Breakfast: Musk planejar cortar pela metade empregos no Twitter, Jerome Powell joga água fria nos mercados e investimento em startups de latinos nos EUA cai 90% em um ano

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Ao longo dos últimos meses, uma parte dos investidores colocou no preço de ativos brasileiros o prêmio de risco de uma transição de governo com mais incertezas do que seria esperado em uma eleição presidencial.

A vitória apertada de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro no último domingo, por pouco mais de 2 milhões de votos, menos de 2 pontos percentuais, atendia aos requisitos de um cenário incerto que se convencionou chamar de “terceiro turno”. Foi a menor margem de uma eleição presidencial desde a redemocratização e isso, no temor de analistas, poderia abrir brecha para eventuais contestações do resultado.

Nas últimas horas, porém, o governo tem dado sinais de que esse risco deveria ser minimizado, se não descartado. O início da transição está previsto para começar hoje, liderado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin de um lado, e por Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, de outro.

Bolsonaro, por sua vez, anunciou no fim da tarde de terça-feira (1), a poucos minutos do encerramento do pregão da bolsa brasileira, que cumpriria todos os mandamentos da Constituição. Na sequência, fez uma visita aos ministros do Supremo Tribunal Federal, com importante caráter simbólico.

Um novo pronunciamento, desta vez em suas redes sociais, na noite de ontem (2), trouxe o presidente fazendo um apelo mais direto aos seus apoiadores que desde a noite de domingo bloquearam centenas de estradas, o que alimentou temores de mais incertezas.

O mercado hoje trará mais respostas sobre o momento de reprecificação dos ativos brasileiros, de olho também em informações sobre a futura equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Veja também o diz a lei sobre a transição de governo

No radar dos Mercados

O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ressoa nos mercados globais. Os investidores, que davam como certo algum sinal de flexibilização, realinham as expectativas e ponderam se o juro nos Estados Unidos possa ficar ainda maior do que o previsto. Adicionalmente, hoje é dia de olhar para a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), o que reforça a cautela dos investidores.

⚖️ Alta de juros x Recessão. Assim como no caso dos EUA, há consenso no mercado em torno de um aumento de 0,75 ponto porcentual para a taxa de juros inglesa. Ao mesmo tempo, o discurso do presidente do BoE Andrew Bailey será monitorado atentamente em busca de pistas sobre a estratégia para conter a inflação, tendo em vista as frágeis condições da economia inglesa.

😷 Covid Zero continua. A China reiterou seu compromisso com a política Covid Zero e encerrou um rali de alta no mercado asiático que movimentou US$ 450 bilhões desde o começo da semana. A valorização dos índices na região se ampararam em rumores não confirmados de que Pequim poderia começar a estudar uma estratégia para desembarcar das restrições.

🇺🇦 Mais ajuda à Ucrânia. No cenário geopolítico, hoje os ministros de relações exteriores do G7 se reúnem na Alemanha para discutir sobre as dificuldades da Ucrânia, que está com a infraestrutura energética e sanitária colapsada pelos ataques da Rússia. Os investidores monitoram ainda a retomada do escoamento de grãos ucranianos pelo Mar Negro.

🟢 As bolsas ontem (2): Dow Jones Industrials (-1,55%), S&P 500 (-2,50%), Nasdaq Composite (-3,36%), Stoxx 600 (-0,29%), Ibovespa (bolsa fechada por feriado)

As bolsas norte-americanas tiveram um dia de alta volatilidade. Abriram em queda e assim ficaram até o começo da tarde, pouco antes da decisão do Fed sobre a taxa de juros. Deram um salto com o comunicado do banco central que sinalizou a possibilidade de mudanças na política monetária, mas entraram em forte queda com as declarações de Jerome Powell na sequência, que esfriaram as expectativas de uma flexibilização da política monetária.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado: Japão

EUA: Índice de Atividade ISM/Out, PMI Composto e de Serviços/Out, Balança Comercial/Set, Encomendas à Indústria/Set, Pedidos de Bens Duráveis/Set, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego

Europa: Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Set); Reino Unido (PMI Composto e de Serviços/Out); Itália (Taxa de Desemprego/Set) Espanha (Variação de Desemprego)

Ásia: Japão (PMI de Serviços/Out)

América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Out, Fluxo Cambial Estrangeiro)

Bancos centrais: Decisão sobre juros do Banco da Inglaterra (BoE). Discursos de Christine Lagarde (BCE) e Joachim Nagel (Bundesbank)

Balanços: ConocoPhillips, Starbucks, PayPal, Petrobras, Cigna, BNP Paribas, ICE, BMW, Marriott, Moderna, Enel, Warner Bros Discovery, Expedia, BT

📌 Para amanhã:

EUA (Folha de Pagamentos Payroll, Taxa de Desemprego); Zona do Euro (PPI/Set)

Balanços: Duke Energy, Telefónica, Société Genérale

Destaques da Bloomberg Línea:

Pós-eleição, quais as ações recomendadas para investir em novembro

Da prisão para a vitória nas urnas: a jornada de Lula para o 3º mandato

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E mais na versão e-mail do Breakfast:

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe