Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro (PL) acaba de fazer mais um pronunciamento na noite desta quarta-feira (2), desta vez direcionado aos manifestantes que, desde a noite de domingo, bloquearam ou ainda fazem bloqueios em mais de cem estradas em diferentes pontos do país.
Em vídeo no Instagram, Bolsonaro faz um apelo mais assertivo para que desobstruam as estradas. O presidente destaca que os atos não devem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas, algo previsto na Constituição, além de acarretar prejuízos para diferentes setores da economia.
“Quero fazer um apelo a você, desobstrua as estradas. Isso não faz parte, no meu entender, das nossas manifestações legítimas. Não vamos perder a nossa legitimidade”, disse o presidente.
Na véspera, o presidente havia feito apelo semelhante, mas mais curto, aos manifestantes, no seu primeiro pronunciamento oficial desde o desfecho da eleição no domingo (30), no Palácio do Alvorada, em Brasília.
Os atos de simpatizantes de Bolsonaro têm o objetivo de protestar contra o resultado da eleição presidencial no último domingo, em que a maioria dos eleitores, mais de 60 milhões de brasileiros, decidiu escolher Luiz Inácio Lula da Silva como novo presidente do país a partir de janeiro de 2023.
Mas, apesar do apelo inicial do presidente ontem, havia mais de 150 pontos de bloqueio no fim da manhã desta terça, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal PRF). Diferentes entidades setoriais e empresas passaram a alertar para os riscos de desabastecimento, de oxigênio utilizado em hospitais a combustíveis.
“Brasileiros que estão protestando em todo o país. Eu sei que vocês estão chateados, estão tristes, esperavam outra coisa. Eu também. Estou tão chateado e triste quanto vocês. Mas temos que ter a cabeça no lugar”, disse Bolsonaro no vídeo.
“As manifestações e os protestos são bem-vindos e fazem parte do jogo democrático”, disse o presidente, que citou atos como os ocorridos em anos recentes na Esplanada dos Ministérios, em Copacabana, no Rio de Janeiro, ou na Avenida Paulista, em São Paulo, além de outros locais no país.
“Tem algo que não é legal. O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, que está lá na nossa Constituição. Temos que respeitar o direito de pessoas que estão se movimentando, além do prejuízo para a nossa economia.”
O presidente ainda disse que protestos podem continuar em outros locais, mas não em rodovias, “para o bem da nossa nação”.
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