‘Não estamos à venda’, diz presidente do Credit Suisse em entrevista

Chairman Axel Lehmann afirma em entrevista à Bloomberg Television que o plano do banco suíço, que busca levantar US$ 4 bilhões em capital, é continuar independente

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Bloomberg — Eventuais investidores em busca de arrematar o Credit Suisse (CS) por uma pechincha em meio a uma reformulação que derrubou as ações não devem esperar tapete vermelho em Zurique.

“Vamos prosperar de novo, então não há discussões de aquisição”, disse o presidente do conselho (chairman) do Credit Suisse, Axel Lehmann, em entrevista à Bloomberg Television. “Queremos continuar independentes.”

Com a queda de mais de 50% do papel neste ano, a instituição de 166 anos tem sido alvo de rumores de ofertas de aquisição e preocupações com a sua estabilidade.

Lehmann disse que o aumento de capital de 4 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 4 bilhões) tornaria a instituição “sólida” novamente, ajudando-a a realizar uma reestruturação vital que reduzirá drasticamente o tamanho do banco de investimento.

“Daqui para frente, o Credit Suisse será realmente uma operação centrada em gestão de patrimônio - wealth management -, centrada em empreendedores e clientes ricos”, disse Lehmann, acrescentando que o banco pretende avançar em esforços de crescimento nos principais mercados da América Latina, da Ásia-Pacífico e do Oriente Médio. “Somos um gestor de patrimônio e a gestão de ativos acompanha isso.”

O executivo disse estar “altamente confiante” de que o Credit Suisse conseguirá assegurar um acordo na próxima semana para a venda de uma participação majoritária no negócio de produtos securitizados para um grupo liderado pela empresa de private equity Apollo Global Management. O banco planeja manter um fluxo de receitas do negócio, disse Lehmann.

Na segunda-feira (30), o banco detalhou planos de venda de ações para investidores como o Banco Nacional da Arábia Saudita, que deve se tornar um dos principais acionistas do banco. Para ajudar no processo, a empresa anunciou um grupo amplo de bancos que inclui nomes de Wall Street como Goldman Sachs, bancos europeus como BNP Paribas e Barclays, e instituições financeiras da Ásia.

O banco recebeu compromissos de 1,8 bilhão de francos suíços de vários investidores âncora, e o restante da emissão está totalmente subscrito, disse Lehmann.

Lehmann, de 63 anos, passou quase duas décadas na Zurich Insurance antes de uma passagem pelo UBS. Desde que ingressou no conselho do Credit Suisse no fim de 2021, ele trouxe um estilo mais “modesto” para enfrentar as dificuldades do banco. Ele assumiu o cargo de presidente em janeiro, prometendo dispensar “anúncios e promessas grandiosos”, em favor da “humildade e execução consistente”.

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