Goldman Sachs: as principais apostas na bolsa brasileira com o governo Lula

Papéis de companhias expostas ao consumo devem se beneficiar do novo governo que inicia em janeiro de 2023, conforme analistas

Ações da varejista podem se beneficiar de um cenário melhor para o consumo, destaca Goldman Sachs
31 de Outubro, 2022 | 12:00 PM

Bloomberg Línea — Ações de empresas ligadas ao varejo devem ser o principal destaque na bolsa brasileira após a vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais, segundo o Goldman Sachs (GS).

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (31), o time liderado por Irma Sgarz avalia que as expectativas de um apoio contínuo à renda e um potencial programa de reestruturação da dívida do consumidor – que estão entre as propostas apresentadas – podem ser vistas como favoráveis ao consumo.

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Apesar de as expectativas para o crescimento econômico em 2023 serem mais contidas, a avaliação do Goldman Sachs é de que para o consumo o cenário é construtivo. O banco lembra que Lula afirmou que manterá um programa social de transferência para famílias de baixa renda (cerca de R$ 160 bilhões anualizados ou 1,5% do PIB de 2023).

“Acreditamos que as propostas políticas de Lula podem ser cada vez mais positivas para os consumidores. Embora o atual governo Bolsonaro tenha sido mais generoso do que o inicialmente esperado em termos de política fiscal e gastos sociais, a campanha de Lula mencionou potenciais propostas de políticas que poderiam impulsionar o consumo no curto prazo”, escreve o banco americano.

Passadas as eleições, a expectativa do Goldman Sachs é de que os investidores foquem suas atenções em eventos comerciais do último trimestre, como a Copa do Mundo, Black Friday, bem como o cenário para o consumo brasileiro em 2023. Um alívio em meio ao corte das taxas de juros em 2023 também é visto como positivo.

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As principais apostas na bolsa

No curto prazo, os analistas afirmam que empresas de varejo alimentício, como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) devem continuar se beneficiando de uma perspectiva de demanda relativamente forte, com ajuda de incentivos do governo, temporada de férias e com uma demanda adicional da Copa do Mundo.

Ambas as companhias podem, segundo o banco, se beneficiar de sua maior exposição ao Nordeste. O mesmo acontece com Magazine Luiza (MGLU3), Raia Drogasil (RADL3) e Lojas Renner (LREN3).

Uma demanda adicional por produtos relacionados à Copa podem contribuir ainda para um bom desempenho das ações do Grupo SBF (SBFG3), dono da Centauro, avalia o Goldman Sachs, embora os analistas reconheçam que a empresa tenha que atravessar primeiro um terceiro trimestre que se mostrou desafiador.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.