Bloomberg Línea — Ações de empresas ligadas ao varejo devem ser o principal destaque na bolsa brasileira após a vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais, segundo o Goldman Sachs (GS).
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (31), o time liderado por Irma Sgarz avalia que as expectativas de um apoio contínuo à renda e um potencial programa de reestruturação da dívida do consumidor – que estão entre as propostas apresentadas – podem ser vistas como favoráveis ao consumo.
Apesar de as expectativas para o crescimento econômico em 2023 serem mais contidas, a avaliação do Goldman Sachs é de que para o consumo o cenário é construtivo. O banco lembra que Lula afirmou que manterá um programa social de transferência para famílias de baixa renda (cerca de R$ 160 bilhões anualizados ou 1,5% do PIB de 2023).
“Acreditamos que as propostas políticas de Lula podem ser cada vez mais positivas para os consumidores. Embora o atual governo Bolsonaro tenha sido mais generoso do que o inicialmente esperado em termos de política fiscal e gastos sociais, a campanha de Lula mencionou potenciais propostas de políticas que poderiam impulsionar o consumo no curto prazo”, escreve o banco americano.
Passadas as eleições, a expectativa do Goldman Sachs é de que os investidores foquem suas atenções em eventos comerciais do último trimestre, como a Copa do Mundo, Black Friday, bem como o cenário para o consumo brasileiro em 2023. Um alívio em meio ao corte das taxas de juros em 2023 também é visto como positivo.
As principais apostas na bolsa
No curto prazo, os analistas afirmam que empresas de varejo alimentício, como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) devem continuar se beneficiando de uma perspectiva de demanda relativamente forte, com ajuda de incentivos do governo, temporada de férias e com uma demanda adicional da Copa do Mundo.
Ambas as companhias podem, segundo o banco, se beneficiar de sua maior exposição ao Nordeste. O mesmo acontece com Magazine Luiza (MGLU3), Raia Drogasil (RADL3) e Lojas Renner (LREN3).
Uma demanda adicional por produtos relacionados à Copa podem contribuir ainda para um bom desempenho das ações do Grupo SBF (SBFG3), dono da Centauro, avalia o Goldman Sachs, embora os analistas reconheçam que a empresa tenha que atravessar primeiro um terceiro trimestre que se mostrou desafiador.
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