Tensão aumenta em megafábrica de iPhones na China com novos lockdowns

Surto de covid-19 na principal fábrica da Foxconn colocou o complexo conhecido como “Cidade do iPhone” em um sistema de circuito fechado

Um funcionário trabalha na linha de montagem da fábrica da Foxconn em Shenzhen, na província de Guangdong, na China (Foto: Qilai Shen/Bloomberg)
Por Bloomberg News
29 de Outubro, 2022 | 10:59 AM

Bloomberg — A tensão aumentou na megafábrica de iPhones na China ao longo da última semana após novos lockdowns em meio à política de “zero covid-19″ colocarem muitos dos 200 mil trabalhadores em isolamento, com alguns sem refeições adequadas.

Um surto de coronavírus na principal fábrica da Foxconn, na cidade central de Zhengzhou, colocou a planta em um sistema de circuito fechado, em que funcionários não podem sair e são testados regularmente, disseram fontes.

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A comida virou foco da agitação depois que a Foxconn, a empresa taiwanesa que fabrica a maioria dos iPhones vendidos no mundo todo, fechou as cantinas no complexo conhecido como “Cidade do iPhone”.

Apenas os trabalhadores nas linhas de produção receberam marmitas. Funcionários infectados ou com medo de deixarem seus dormitórios receberam alimentos mais básicos, como pão e macarrão instantâneo, disseram algumas pessoas, que pediram para não serem identificadas por medo de represálias. Ocorreram brigas entre funcionários por causa da comida, disseram.

Não se sabe o tamanho da disseminação do vírus pelo complexo, onde alojamentos apertados são divididos por até uma dúzia de trabalhadores. Também não está claro se os trabalhadores isolados ainda estavam privados de refeições adequadas na sexta-feira (28), em meio a relatos conflitantes de funcionários sobre a situação.

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Um representante da Apple (AAPL) encaminhou perguntas à Foxconn. Representantes da Foxconn não quiseram comentar além de declarações anteriores da empresa.

As tensões na fábrica da Foxconn em Zhengzhou ressaltam os custos econômicos e sociais da política “zero covid” de Xi Jinping. Embora a empresa tenha dito que a produção não foi impactada – pelo que descreveu como um “pequeno” surto na quarta-feira (26) –, as medidas ilustram o potencial risco para cadeias de suprimentos globais de uma abordagem que exige confinamentos, restrições de negócios e testes em massa mesmo quando surge um único caso de covid.

A tolerância zero da China à pandemia deixou fábricas ociosas e tumultuou as cadeias de suprimentos do mundo todo.

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O sistema de circuito fechado permite que as empresas permaneçam operacionais durante os confinamentos, mas afeta os trabalhadores, cujos movimentos são severamente limitados, com alguns até obrigados a dormir no chão da fábrica.

No início deste ano, a Tesla (TSLA) também usou um circuito fechado para retomar a produção durante os confinamentos de Xangai.

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