Deputada Carla Zambelli saca arma contra homem em SP depois de ser hostilizada

Parlamentar do PL diz que foi xingada na rua e que tentou se defender; vídeos mostram ela e outra pessoa com revólver perseguindo um homem não identificado e desarmado

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em sessão na Câmara em Brasília (Billy Boss/Câmara dos Deputados)
29 de Outubro, 2022 | 07:47 PM

Bloomberg Línea — A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se desentendeu com um homem não identificado neste sábado (29), véspera do segundo turno, em uma rua no bairro dos Jardins, na cidade de São Paulo.

Em vídeo (veja abaixo) que circula nas redes sociais e pelo WhatsApp neste fim de tarde, Zambelli aparece perseguindo um homem negro com uma arma apontada para ele. O homem tenta fugir e se esconde em um bar na esquina da Alameda Lorena com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, até a deputada chegar ao local armada e ordenar que ele deite no chão - não é possível verificar se isso aconteceu.

Em relato em um vídeo gravado que também circula pelo WhatsApp e nas redes sociais, Zambelli disse que ao sair de um restaurante perto da Alameda Lorena, foi hostilizada verbalmente por diversas pessoas e até agredida, tendo sido empurrada e caído ao chão. E que só então teria decidido reagir. E que sacou a arma e apontou para o homem para que ele pudesse ser preso em flagrante por policiais.

Um vídeo mostra o momento em que dois homens, um deles para o qual a arma foi posteriormente apontada, ofendem e xingam a deputada e outras pessoas. “Vocês vão voltar para o bueiro de onde não deveriam ter saído, seus filhos da p.”, xinga o homem negro. “Amanhã é Lula, papai”, afirmou. Nesse momento, Carla Zambelli tenta dialogar com o homem e não há sinais de violência física.

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Na sequência, outro vídeo (veja também abaixo) mostra a deputada quase caindo sozinha ao pisar em falso na calçada e sendo amparada por outro homem. Em seguida, ela e outros homens perseguem a pessoa que a teria ofendido e que, aparentemente, está desarmado - dois deles tentam derrubá-lo com chutes, mas sem sucesso. Um desses homens está de camiseta cinza e arma em punho. Ouve-se um tiro.

É possível perceber a presença próxima de outros homens que apenas observam e não tomam parte do incidente. Um deles está com a camisa vermelha do Flamengo, que jogou neste sábado a final da Copa Libertadores da América contra o Athletico Paranaense, em jogo no Equador .

Zambelli foi a terceira candidata a deputado(a) federal mais votada do país no primeiro turno, com cerca de 950 mil votos pelo estado de São Paulo. A congressista é uma das principais representantes da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, que é do mesmo partido, o PL.

Em outra acusação, a deputada disse que o seu número de celular teria sido vazado na internet e que sofreu trotes e ameaças de mortes, com vários crimes tendo sido cometidos pelas pessoas.

“Se eu não puder me defender, estamos em que país?”, questionou Zambelli mais tarde em entrevista a jornalistas próximo ao local do incidente. A deputada foi perguntada sobre resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que restringe o porte de armas 24 horas antes de uma eleição e disse não se tratar de uma lei e que, portanto, não iria respeitá-la.

Veja abaixo um dos vídeos no momento em que a deputada se desequilibra:

Esse foi o segundo incidente envolvendo apoiadores próximos do presidente Jair Bolsonaro em uma semana.

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No domingo passado (23), o ex-deputado federal Roberto Jefferson atirou com fuzil e lançou granadas contra policiais federais que foram até a sua casa no Rio de Janeiro para cumprir uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de levá-lo para a cadeia.

Jefferson estava em prisão domiciliar desde o começo do ano, mas essa condição foi revogada depois de ele ter divulgado vídeo com ofensas pessoais à ministra Carmen Lúcia, do STF e do TSE. Dois policiais sofreram ferimentos com o ataque de Jefferson.

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