Atlas divulga última pesquisa: Lula mantém 52,4% e Bolsonaro cai para 45,7%

Pesquisa feita pela internet na véspera do segundo turno mostra Lula estável e aponta viés de baixa do presidente

Liderança de Lula se estabiliza, enquanto intenções de voto em Bolsonaro mostram viés de queda, segundo pesquisa do AtlasIntel
29 de Outubro, 2022 | 04:50 PM

Bloomberg Línea — Nova pesquisa do instituto AtlasInte, a última antes do segundo turno, mostra que, embora o ex-presidente Lula (PT) pareça ter estacionado nos últimos dias da campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em trajetória de queda. Segundo a pesquisa, divulgada neste sábado (29), Lula tem 52,4% das intenções de voto, contra 45,7% de Bolsonaro. A margem de erro é de um ponto percentual.

Em relação à pesquisa divulgada há dois dias, Lula se manteve no mesmo patamar. Já Bolsonaro oscilou 0,3 ponto para baixo. Do dia 13 de outubro para cá, o presidente caiu 0,8 ponto, enquanto Lula cresceu 1,3 ponto.

Os indecisos e os que votam nulo ou em branco somam 1,9%. Excluindo-os da conta, o instituto chega ao que chama de “votos válidos”. Nesse cenário, Lula ganharia por 53,4% a 46,6% de Bolsonaro.

Acertos do primeiro turno

O AtlasIntel foi o instituto cuja pesquisa final antes do primeiro turno mais se aproximou do resultado das urnas na ocasião.

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Na sexta-feira (30 de setembro), o instituto divulgou pesquisa que mostrou Lula com 50,3% dos votos válidos, e Bolsonaro, com 41,1% (de 40,1% a 42,1% na margem de erro da pesquisa). O candidato à reeleição recebeu 43,20% dos votos válidos e Lula ficou com 48,43%, levando a eleição ao segundo turno.

O presidente também tem visto a desaprovação ao seu governo subir gradativamente desde que parou de cair nas intenções. Na divulgação em 13 de outubro, 53,3% dos eleitores desaprovavam o governo Bolsonaro. Agora são 54,2%. A aprovação subiu 0,1 ponto para 44%.

O mesmo aconteceu com as avaliações de “ruim ou péssimo”: estava em 48,4% dos entrevistados em 13 de outubro e agora está em 51%. Já os que consideram o governo “ótimo ou bom” eram 33,2% há dois dias e agora são 31,7%.

Eleitores ‘neutros’

A pesquisa também confirmou dado que já vinha sendo mostrado nos últimos levantamentos: a maioria dos eleitores não é petista nem antipetista - 43,7% deles se identificam assim.

E o antipetismo ainda é maior que o petismo. Segundo a pesquisa, 32% dos entrevistados se disseram antipetistas, enquanto 21,3% se disseram petistas.

Mas o PT ainda é o maior partido de referência para as pessoas. Foi citado por 28,8% dos entrevistados, contra 18,1% do PL. Os que não têm partido de referência, entretanto, são maioria: 40,8%.

A pesquisa deste sábado também confirma a força do discurso de golpe entre os eleitores. Segundo o Atlas, 55,8% dos eleitores confiam nas urnas eletrônicas, e 35,2% não confiam.

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Entre os eleitores do presidente, contudo, 73,3% disseram não confiar nas urnas, contra 11,3% que disseram confiar. O mesmo acontece com quem diz que o governo é “ótimo ou bom”: 78,3% não confiam na urnas, ante 7,9% que confiam.

A desconfiança nas urnas e no sistema eleitoral brasileiro vem sendo estimulada por Bolsonaro e assessores na população desde que ele foi eleito, em 2018. Naquela ocasião, ele dizia que deveria ter ganhado de Fernando Haddad (PT) no primeiro turno. Antes do primeiro turno deste ano, passou a dizer que, se não tivesse 60% dos votos, “algo de anormal” acontecia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Voltou atrás do discurso na reta final. Em entrevista à jornalista Renata Lo Prete depois do debate da Globo, na sexta-feira (28), Bolsonaro disse que “quem tiver mais voto, leva”.

A pesquisa foi feita entre 26 e 29 de outubro. Os dados são coletados por meio de questionários online enviados aleatoriamente a eleitores. Foram consultadas 7.500 pessoas de 1.830 municípios. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-04838/2022.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.