Legacy vê alta de até 50% para ações da Petrobras no melhor cenário pós-eleição

Gestora tem posições reduzidas em Petrobras e Banco do Brasil por entender que o preço de ambas as companhias é hoje muito atraente

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro: pressão do governo pelo aumento dos investimentos
Por Barbara Nascimento
28 de Outubro, 2022 | 12:09 PM

Bloomberg — A queda dos preços dos combustíveis deve minimizar a pressão por mudanças na política de paridade internacional da Petrobras (PETR3; PETR4) no curto prazo, mesmo sob um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diz o sócio e gestor da Legacy Capital, Gustavo Pessoa, em entrevista.

Para Pessoa, no melhor cenário, com boa gestão e mantida a política de preços atual, as ações da estatal poderiam subir até 50%.

A empresa realizou uma série de cortes de preços nos últimos meses, o que, acompanhados pela decisão do governo de redução de impostos, reduziu o preço do combustível nas bombas. “Se o preço do combustível está baixo, tira pressão sobre a empresa. Uma mudança na política de preço pode não ser tão rápida”, diz Pessoa, ao lembrar que esse é o principal risco para o ativo.

Ele afirma que o cenário para as estatais aponta para o negativo no caso de uma vitória de Lula, sob o risco de intervenção. Ainda assim, a um dia das eleições presidenciais, a gestora tem posições reduzidas em Petrobras e Banco do Brasil (BBAS3), por entender que o preço de ambas as companhias é hoje muito atraente.

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No caso do banco estatal, o gestor diz que qualquer interferência levaria um tempo para ocorrer e surtir efeitos. “Tem todo o ciclo bancário, demora a aparelhar”, afirma, acrescentando que a instituição financeira conta ainda com o crivo do Banco Central, hoje independente.

A Legacy já esperava uma eleição mais disputada no primeiro turno para a presidência da República e aproveitou o rali na semana após o pleito para reduzir boa parte do risco em Brasil. “Nossa leitura é de que a disputa está empatada, precisamos ter mais convicção de um favorito para pular em uma direção”, afirma, avaliando que há uma “tendência de melhora” para Bolsonaro.

Pessoa avalia que os ativos de risco teriam performance melhor diante de uma vitória de Jair Bolsonaro. Em um cenário com Lula, contudo, é o câmbio quem deve ter o desempenho mais positivo entre os ativos, num quadro de mais gastos e juro alto por mais tempo, mas desde que o petista apresente um bom nome para a Economia.

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