Goldman Sachs diz que ações de emergentes ainda não estão baratas

Estimativas para os lucros em mercados emergentes caíram 8% este ano, mas parecem inalteradas na comparação anual quando a China é excluída

Goldman Sachs
Por Abhishek Vishnoi
28 de Outubro, 2022 | 12:20 PM

Bloomberg — Um estudo sobre ativos cruzados do Goldman Sachs (GS) sugere que ações de mercados emergentes ainda não atingiram um fundo na atual fase baixista, e o quadro parece mais preocupante depois de excluir papéis de empresas chinesas afetadas pela onda vendedora.

Um marco que combina valores contábeis, diferenciais de rendimento em juros locais, taxas de câmbio e spreads de crédito mostra que a relação risco-recompensa é fraca em relação aos pisos anteriores, escreveram estrategistas como Caesar Maasry e Jolene Zhong em nota de 27 de outubro.

O modelo sinaliza que o índice MSCI Emerging Markets pode subir, em média, 4% em cada um dos próximos cinco anos, em comparação com os retornos anuais de 10% a 12% nos pisos dos “bear markets” de 2008, 2016 e 2020, escreveram. E, se a China for removida da equação, podem ser necessários mais rebaixamentos de lucros e valuations em mercados emergentes, acrescentaram.

O valuation com base em ganhos do índice MSCI EM é de 10 vezes o lucro projetado, semelhante às mínimas observadas em 2016 e 2020, mas está longe do nível de 5,9 vezes observado durante a crise financeira global de 2008, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O indicador mostra queda de 30% este ano em meio às rigorosas restrições para frear a Covid na China e aos aumentos dos juros pelo Federal Reserve, que impulsionam o dólar.

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Estimativas para os lucros em mercados emergentes caíram 8% este ano, mas parecem inalteradas na comparação anual quando a China é excluída, de acordo com cálculos do Goldman.

“O desempenho inferior do LPA (lucro por ação) sugere que um suporte de valuation mais profundo provavelmente é uma condição necessária para um melhor desempenho dos mercados emergentes”, escreveram Maasry e equipe.

Um pico do dólar marcaria o fundo para ações de mercados emergentes sem a China, mas o risco-recompensa não parece favorável em relação ao índice S&P 500, acrescentaram. O valuation de mercados emergentes em relação ao indicador MSCI World “também parece mediano em relação a um dólar significativamente supervalorizado”, destacaram.

A visão do Goldman para mercados emergentes difere da avaliação de estrategistas do Morgan Stanley, como Jonathan Garner, que em 4 de outubro disse que o ciclo baixista da classe de ativos terminou. A melhora de recomendação de Garner para mercados emergentes de “equal-weight” para “overweight” (acima da média do mercado) veio na esteira do período mais longo entre um fundo e um piso do indicador MSCI EM.

Ainda assim, Maasry e equipe veem sinais positivos na Coreia do Sul. Embora permaneçam cautelosos nesse mercado no curto prazo, dizem que um pico dos juros nos EUA e do dólar devem colocar o país “como um forte candidato de ‘recuperação’ dentro do universo de mercados emergentes”.

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