Bloomberg — Três dos principais executivos do Twitter (TWTR) que foram demitidos assim que Elon Musk completou sua aquisição estão prestes a receber mais de US$ 100 milhões como compensação pelo desligamento e pagamentos de bônus em ações previamente concedidos.
As ações do Twitter já não foram negociadas nesta sexta-feira (28), dado que Musk decidiu pelo fim da listagem da companhia na Bolsa de Nova York.
O CEO Parag Agrawal, que assumiu o cargo há menos de um ano, é elegível para receber cerca de US$ 50 milhões, segundo cálculos da Bloomberg News. O diretor financeiro (CFO) Ned Segal e Vijaya Gadde, chefe do departamento jurídico, política e confiança, estão na fila para receber cerca de US$ 37 milhões e US$ 17 milhões cada, respectivamente.
Ou seja, uma conta estimada em US$ 104 milhões, que pode aumentar com as dezenas ou centenas de profissionais também dispensados nas mais variadas áreas do Twtiter.
Os três e outros grandes executivos do Twitter estavam entre os que partiram depois que Musk assumiu o comando da gigante da mídia social na quinta-feira (27), disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Suas saídas encerram mais de seis meses de disputas públicas e legais que agora terminaram com Musk, a pessoa mais rica do mundo, assumindo o cargo de CEO.
Como muitos líderes de alto escalão em grandes empresas públicas, Agrawal e seus executivos tinham direito a compensação equivalente a um ano de salário e prêmios de ações não recebidos se o Twitter fosse comprado e eles perdessem seus empregos no processo, de acordo com os termos do acordo da empresa em sua política de desligamento.
O Twitter também deve cobrir seus prêmios de seguro de saúde por um ano, no valor de cerca de US$ 31.000 cada - “apenas” cerca de US$ 100 mil nesse caso.
Há críticos que muitas vezes apontam uma suposta injustiça de conceder aos chefes pacotes de saída generosos, enquanto funcionários normais que perdem seus empregos após uma fusão ou compra dificilmente conseguem acordos semelhantes.
Os defensores desses pacotes ao alto escalão dizem que permitem que os executivos se concentrem no que é melhor para os acionistas, em vez de se preocuparem se serão substituídos se um acordo for fechado.
No caso de Agrawal, 38, que estava no Twitter há quase uma década, ele conduziu a empresa por todo o período em que a aquisição de Musk foi negociada e esteve em xeque, ainda que o co-fundador da Tesla (TSLA) dissesse que não confiava na administração da empresa.
Mensagens de texto reveladas durante o processo sobre o acordo mostram que os dois tiveram uma troca de texto com claro conflito no início do processo, depois que Musk perguntou a seus seguidores se o Twitter estava “morrendo”.
Um representante do Twitter não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
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