Reforma radical no Credit Suisse

Também no Breakfast: Mercados atentos a PIB dos EUA e juro europeu; Terra a caminho de ficar quase 3ºC mais quente com planos de governo insuficientes e inflação vai afetar o consumo de cervejas

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Novos capítulos na (dramática) situação de liquidez do Credit Suisse. Ao mesmo tempo em que reportou um prejuízo de US$ 4,08 bilhões no terceiro trimestre, a quarta perda seguida, o Credit Suisse anunciou que pretende levantar praticamente a mesma quantidade (US$ 4,1 bilhões) para financiar uma ampla reforma estrutural.

A instituição com sede em Zurique captará estes recursos por meio da emissão de direitos e da venda de ações a investidores qualificados, entre os quais se encontra o Banco Nacional da Arabia Saudita, informou o Credit Suisse Group AG na manhã de hoje.

Está efetivamente desmembrando o seu banco de investimentos, separando os negócios de consultoria e mercado de capitais e vendendo a maioria de suas operações de produtos securitizados para a Apollo Global Management Inc. e a Pacific Investment Management Co., duas das maiores gestoras do mundo, conforme foi antecipado pela Bloomberg News.

A reestruturação radical que se seguirá nos próximos três anos é uma tentativa urgente de restaurar a credibilidade do Credit Suisse depois que uma sucessão de enormes perdas e caos destruiu seu status de um dos bancos mais prestigiados da Europa.

⇒ Confira os detalhes da restruturação do Credit Suisse

No radar dos Mercados

Os investidores abrem o dia com uma agenda plena de indicadores e balanços. Além do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e a decisão sobre juros do Banco Central Europeu (BCE), entram na repercussão do dia os informes financeiros de gigantes da tecnologia e de outros setores. Assim, tanto os vetores macroeconômicos como os do mundo corporativo podem mover as expectativas dos investidores quanto aos próximos passos do Federal Reserve (Fed) em matéria de política monetária.

🤯 Tec na cabeça. O desempenho trimestral e as previsões de Apple e Amazon concentram as atenções, enquanto os operadores repercutem o balanço decepcionante da Meta (Facebook), cujas ações chegaram a cair quase 20% depois do fechamento das bolsas. Lembrando que os índices norte-americanos já vinham afetados pela frustração com os números de Microsoft e Google, que contribuíram para por fim a três dias de rali positivo.

💶 BCE e o custo do dinheiro. Hoje é a vez do Banco Central Europeu (BCE) anunciar sua decisão sobre o juro, para a qual o consenso é de uma elevação de 0,75 ponto percentual, para 1,5%. O Banco Central do Canadá (BoC) se antecipou a movimentos mais suaves de política monetária e elevou a taxa de juros em 0,50 ponto, para 3,75%, ante previsões de uma carga maior, de 0,75 ponto percentual. A decisão sobre o juro canadense pode ser incorporada nas expectativas para a manobra do Fed, já que o BoC foi o primeiro a subir a taxa e, posteriormente, a acelerar o aperto monetário - ele poderia estar mais uma vez na dianteira de uma flexibilização a ser seguida.

👁️‍🗨️ Olho no PIB. Os investidores se concentram nos números do PIB dos EUA no terceiro trimestre, com expectativa de expansão no período. Embora seja um conjunto de dados retrovisores, qualquer surpresa pode respingar no mercado. Analistas apontam para um crescimento robusto de 3% do PIB, apoiado nas exportações, após retrações observadas nos primeiros trimestres deste ano.

🟢 As bolsas ontem (26): Dow Jones Industrials (+0,01%), S&P 500 (-0,74%), Nasdaq Composite (-2,04%), Stoxx 600 (+0,66%), Ibovespa (-1,62%)

Os resultados desfavoráveis de grandes empresas de tecnologia arrastaram as bolsas norte-americanas para baixo e colocaram fim a um rali de três sessões. Os relatórios trimestrais decepcionantes da Alphabet, Microsoft e Texas Instruments Inc. desencadearam uma venda massiva, contrariando a tese de que os índices já haviam tocado o piso.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: PIB/3T22, PCE/3T22, Pedidos de Bens Duráveis/Set, Índice de Atividade Industrial do Fed de Kansas/Out,Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego, Estoques de Gás Natural

• Europa: Reino Unido (Pesquisa CBI de Varejo/Out); Alemanha (Índice de Confiança do Consumidor GfK); Espanha (Taxa de Desemprego/3T22); Itália (Confiança do Consumidor/Out, Vendas na Indústria/Ago)

• Ásia: Japão (IPC/Out, Relatório de Projeções do BoJ, Taxa de Desemprego/Set);China (Investimento Estrangeiro Direto)

• América Latina: Brasil (Índice de Emprego-CAGED/Set, Taxa de Desemprego); México (Balança Comercial/Set, Taxa de Desemprego/Set)

• Bancos centrais: Decisões de Política Monetária do Banco Central Europeu e do Banco do Japão, Discursos de Christine Lagarde (BCE), Sam Woods (BoE)

• Balanços: Apple, Amazon, Mastercard, Samsung, Merck, Shell, McDonald’s, T-Mobile, TotalEnergies, Comcast, Honeywell, Intel, S&P Global, Caterpillar, AB InBev, EDF, Shopify, PG&E, Repsol, EDP, Pinterest

📌 Para amanhã:

• EUA (Índice PCE/Set, Vendas de Casas Pendentes); Zona do Euro (Índice de Confiança na Economia); Alemanha, França e Espanha (PIB 3T22, IPC/Out); Japão (Decisão de Política Monetária do BoJ)

Balanços: Credit Suisse, Exxon Mobil, Chevron, Equinor, Sanofi, Porsche, Airbus, Volkswagen, Colgate-Palmolive, Eni SpA, BBVA

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe