Bloomberg — Os acionistas da Meta (META) estão pagando caro pelos gastos da companhia no metaverso e pela desaceleração do crescimento em diferentes frentes (além da alta de juro nos Estados Unidos): o valor de mercado da holding controladora do Facebook caiu mais de US$ 670 bilhões neste ano e agora a empresa acaba de deixar o ranking das 20 maiores do mundo nesta manhã de quinta-feira (27).
As ações despencaram 24,56% na Nasdaq nesta quinta, no dia seguinte à divulgação do resultado do terceiro trimestre. O valor de mercado estava perto de US$ 263 bilhões no fechamento.
A Meta era a sexta maior empresa dos Estados Unidos por capitalização de mercado no início do ano, com um valor de mercado próximo de US$ 1 trilhão. Mas, dez meses depois, o valuation da empresa é de cerca de US$ 280 bilhões, o que a levou para a 20ª posição ao fim da quarta-feira (26), atrás de empresas como Chevron, Eli Lilly e P&G.
Uma vez queridinha de Wall Street, a Meta está gradualmente perdendo o seu brilho. Pelo menos três bancos de investimento - Morgan Stanley, Cowen e KeyBanc Capital Markets - cortaram sua recomendação para as ações depois que a empresa deu uma projeção (guidance) de receita trimestral decepcionante.
“A Meta continua muito agressiva com seus investimentos em iniciativas de longo prazo, apesar de uma forte desaceleração no crescimento esperado da receita”, disse Mandeep Singh, analista da Bloomberg Intelligence.
“O guidance da empresa para despesas operacionais e capex [investimentos] em 2023 “é surpreendente, dada a falta de tração até agora em seus esforços de metaverso”, disse.
Em dólares, o tombo desta quinta-feira ficou abaixo da perda diária recorde em fevereiro, quando em uma única sessão a ação despencou 26% devido a resultados ruins, o que apagou cerca de US$ 251 bilhões em valor de mercado. Foi a maior perda diária de valor de todos os tempos para uma empresa americana.
O declínio nas ações neste ano atraiu investidores de valor - value investing -, que compram ações abatidas de empresas com fundamentos considerados sólidos na expectativa de uma reviravolta. Mas não há sinal de que essas apostas valerão a pena tão cedo no caso da Meta.
A empresa anunciou sua mudança para investir em realidade virtual há um ano, juntamente com uma mudança de nome, de Facebook para Meta Platforms.
- Com a colaboração de Tom Contiliano e Kit Rees.
Atualiza às 17h24 (horário de Brasília), com o fechamento do pregão.
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