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‘Voto em Lula em defesa do Estado Democrático de Direito’, por Patrícia Villela Marino

Em artigo, empresária diz que vai votar pela primeira vez no PT e que o ex-presidente é o último bastião de defesa da democracia no Brasil

Tempo de leitura: 3 minutos

Este artigo faz parte de uma série com a visão de dois empresários sobre os candidatos à presidência. Leia também o artigo de Tallis Gomes, em favor de Jair Bolsonaro, clicando aqui.

“Tenho 52 anos, sou advogada e empreendedora cívico-socioambiental. Casada com um representante de uma das famílias de maior responsabilidade com o país, tenho um filho de 10 anos, para quem quero deixar minha contribuição para um país mais seguro e menos desigual. Sou filha de um político que lutou pela redemocratização nos anos 1970, e a minha grande referência na vida pública é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem desenvolvo iniciativas sociais dentro e fora do Brasil.

Eu e meu núcleo familiar jamais abrimos mão da nossa pátria. Não trocamos o Brasil por algum exílio de luxo no exterior. Trabalhamos todos os dias pelo nosso país, pela garantia de direitos humanos das pessoas mais simples e pela manutenção da democracia. Acreditamos na importância de podermos ter opiniões diversas, preferências diferentes, mas princípios únicos: a defesa do Estado de Direito, da liberdade, da vida, da saúde, da família e do diálogo.

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Nunca votei no PT. Em especial por causa do apoio do partido a ditaduras como as de Cuba e Venezuela. Hoje, entretanto, Luiz Inácio Lula da Silva é o último bastião de defesa da democracia no Brasil.

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Bolsonaro já deixou claro que pretende seguir os passos de ditadores como o direitista Viktor Orbán, na Hungria, ou o esquerdista Hugo Chávez, na Venezuela. Ambos se elegeram democraticamente, para depois controlar a Corte Suprema, aumentando o número de juízes, corromper o Congresso com manobras, como ocorre com o orçamento secreto no Brasil, e aparelhar as forças policiais por seus contatos com o submundo das milícias.

A tão temida “venezuelização” do Brasil, acreditem, está chegando ao país por meio da extrema direita que atualmente nos governa. Temos uma liderança populista que desacredita as instituições eleitorais, desrespeita a autonomia do Poder Judiciário, banaliza a violência e dá aval para que cidadãos comuns se armem e saiam às ruas poderosos, achando que podem fazer justiça com as próprias mãos. Vamos chamar as coisas pelos nomes: no domingo (23), um aliado do presidente praticou um atentado contra o Estado de Direito com 20 tiros de fuzil e três granadas.

Parece que nos esquecemos, mas perdemos 687,7 mil vidas no Brasil em razão da pandemia de covid-19 nos últimos três anos. A atuação do presidente Jair Bolsonaro, como disse o doutor Drauzio Varella em vídeo recente, não foi só de negacionismo: foi de ativismo pela disseminação do vírus.

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Como nos esquecer da agonia que passamos ao contar mortos diariamente? Do sufoco de ver pessoas sem oxigênio em Manaus e do descaso do poder público em fornecê-lo? Quem se lembra da nossa espera pela vacina – e do fato de que o atual presidente nem sequer apareceu publicamente tomando a sua dose ou visitando algum hospital?

O bolsonarismo vem corroendo as instituições e o tecido da sociedade brasileira como um câncer, desarticulando políticas públicas de assistência social, educação, saúde e meio ambiente.

Para os que acham que a economia vai bem, estaria indo muito melhor se tivéssemos recebido os investimentos que aqui nunca chegaram por causa dos incêndios da Amazônia e dos massacres de indígenas e indigenistas.

Votar em Lula é dar um basta a tudo isso. É levantar-se em defesa do Estado Democrático de Direito. Hoje, Lula representa a democracia – com suas imperfeições, dada a própria natureza humana daqueles que a defendem.”

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* É presidente do Instituto Humanitas360, organização que trabalha para diminuir a violência, promover o engajamento cívico e a transparência das instituições, e fundadora do Civi-co, comunidade de empreendedores, organizações e ativistas cívico socioambientais.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP, Bloomberg Línea e de seus proprietários.

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