Holding de Carlos Wizard cita pandemia e juros ao explicar dívida com XP

Em nota enviada à Bloomberg Línea, Sforza disse que aumento dos juros ‘mudou o perfil’ dos débitos e que agora busca renegociar créditos com ‘todos os bancos’

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Bloomberg Línea — A Sforza Holding, grupo de investimentos do empresário Carlos Wizard Martins, disse estar com dificuldades para administrar as suas dívidas. Em nota enviada à Bloomberg Línea nesta terça-feira (25), a holding disse que atua em setores “severamente afetados pela pandemia de Covid” e que contratou uma consultoria para reestruturar os débitos de curto e médio prazos.

As renegociações de dívida estão sendo tentadas “com todos os bancos com os quais a Sforza mantém operações de crédito”. A empresa não informou o valor total de seus débitos.

De acordo com o comunicado, a Sforza investe nas áreas imobiliária, de gestão de ativos e private equity. Além dos impactos da crise da pandemia, disse a holding, seus negócios também foram afetados pela alta das taxas de juros a partir do segundo semestre de 2021, o que aumentou o valor total das dívidas.

A nota foi enviada depois de reportagem da Bloomberg Línea que revelou que o Banco XP, que pertence à XP Inc. (XP), cobra na Justiça uma dívida de R$ 8,2 milhões de uma das empresas da Wizard.

A cobrança diz respeito a um empréstimo de R$ 30 milhões feito pela Orion Consultoria Empreendimentos e Participações, que tem Wizard como um dos sócios.

Segundo a petição enviada pelo Banco XP à Justiça de São Paulo na última sexta-feira (21), a Orion deixou de pagar uma parcela em 21 de setembro, o que ativou uma cláusula de antecipação do prazo da dívida remanescente. Diante da ausência de manifestação de Wizard e da Orion, o banco decidiu pela execução das garantias oferecidas pelo empréstimos, insuficientes para cobrir o valor total em aberto.

Ficaram pendentes R$ 8,221 milhões, valor que o banco agora cobra na Justiça.

Wizard tem até esta quarta-feira (26) para pagar ou depositar a quantia em uma conta judicial enquanto recorre. O prazo para contestar a cobrança na Justiça ou propor um parcelamento é de 15 dias.

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