Google tem menor expansão desde 2013 com queda de anúncios; ação despenca 7%

Companhia cita a brasileira Magazine Luiza como caso de sucesso do varejo e campanhas de publicidade

Receitas cresceram 6% na base anual, o ritmo mais fraco desde 2013
Por Julia Love
25 de Outubro, 2022 | 06:57 PM

Bloomberg — A Alphabet (GOOG), controladora do Google, reportou receitas e lucros que ficaram aquém das expectativas dos analistas, mostrando que a força da publicidade da empresa não está imune a uma desaceleração no mercado de anúncios digitais. As ações caíam mais de 7% no after market em Nova York.

Em teleconferência com investidores na noite de terça-feira (25), o CEO da Alphabet e Google, Sundar Pichai, disse que “em tempos assim”, o Google pretende “inovar responsavelmente”.

“Quero agradecer aos funcionários pelo mundo. Ajudamos todos quando focamos no que fazemos melhor e executamos isso muito bem”, disse Pichai, acrescentando que “tempos assim são esclarecedores”, e que o Google focará em suas prioridades.

A Alphabet disse que as vendas do terceiro trimestre, excluindo pagamentos a parceiros de distribuição, foram de US$ 57,27 bilhões, abaixo da estimativa média dos analistas de US$ 58,18 bilhões, segundo projeções compiladas pela Bloomberg News, ao que o Chief Business Officer Philipp Schindler disse que a receita dos serviços foi afetada pelo câmbio com o dólar forte. As receitas cresceram 6% na base anual, o ritmo mais fraco desde 2013.

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Ao falar de varejo, uma vertical importante para o Google, Schindler disse que a varejista brasileira Magazine Luiza (MGLU3) abraçou a estratégia de vendas online e offline. Juntando compras online com a retirada na loja via Google Performance Max (um tipo de campanha do Google), Schindler disse que a empresa brasileira gerou 38% de retorno do investimento por 30 dias e, desde então, expandiu essa estratégia para todos os produtos elegíveis, incluindo para mais de 8 milhões de novas ofertas.

A empresa registrou lucro líquido de US$ 1,06 por ação, quando as expectativas dos analistas apontavam para US$ 1,25 por ação.

A ação da Alphabet havia fechado o pregão regular em alta de quase 2%.

À medida que a inflação em espiral limita o crescimento da publicidade digital, o Google e rivais como o Facebook (META) e a Snapchat (SNAP) estão buscando alternativas.

Na semana passada, a Snap relatou seu crescimento trimestral de vendas mais lento de todos os tempos, o que fez as ações da Alphabet caírem. O negócio de buscas do Google, que está mais isolado das oscilações econômicas do que dos anúncios nas redes sociais, também começou a mostrar sinais de fraqueza.

Embora o Google tenha tomado medidas para controlar os custos durante a crise econômica, levará tempo para que a empresa veja os benefícios, disse Tejas Dessai, analista de pesquisa da Global X ETFs.

“É uma grande empresa – levará algum tempo para cortar a gordura”, disse ele.

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-- Com assistência de Mark Bergen

-- Com informações de Bloomberg Línea

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