Quem é o novo primeiro-ministro britânico, o mais jovem em mais de um século

Com apenas 42 anos, Rishi Sunak é o primeiro hindu a comandar o Reino Unido e visto por muitos como um conservador tradicional e dedicado

Sunak pode trazer alívio aos mercados, que não querem nada além de estabilidade em meio ao caos das últimas semanas
24 de Outubro, 2022 | 01:48 PM

Bloomberg Línea — Rishi Sunak foi eleito nesta segunda-feira (24) pelo Partido Conservador como o novo primeiro-ministro do Reino Unido. O parlamentar ocupará o posto de Liz Truss, que renunciou na última semana após 44 dias no cargo - o mandato mais curto de um primeiro-ministro na história do país.

“O Reino Unido é um país incrível, mas não há dúvidas de que enfrentamos um profundo desafio econômico. Precisamos agora de estabilidade e união e terei como prioridade unir nosso partido e nosso país”, disse Sunak em seu primeiro discurso como primeiro-ministro na manhã desta segunda.

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O novo líder ainda precisa ser convidado por Rei Charles III, monarca britânico, antes de ser considerado oficialmente primeiro-ministro do Reino Unido, em um procedimento considerado como mera formalidade.

De origem indiana e com apenas 42 anos, Sunak será a primeira pessoa hindu a comandar o Reino Unido e o mais jovem primeiro-ministro do país em mais de um século. Ele assume em um momento de partido dividido por uma sucessão de crises e precisará recuperar a credibilidade do país.

O parlamentar estudou Política, Filosofia e Economia na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, onde conheceu sua esposa Akshata Murthy. Ela é filho de um dos homens mais ricos da Índia, NR Narayana Murthy, um dos fundadores da gigante de serviços digitais IT Infosys.

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Depois de acumular patrimônio ao trabalhar no mercado financeiro, incluindo o Goldman Sachs (GS), Sunak entrou para o parlamento britânico em 2014, subindo de forma rápida nas fileiras ministeriais, tornando-se subsecretário de estado para o governo em 2018, secretário do Tesouro em 2019 e secretário das Finanças - Chancellor of the Exchequer - em fevereiro de 2020, uma ascensão vista como meteórica.

Ele foi a favor da saída do Reino Unido da União Europeia e se mostra favorável ao modelo de estado mínimo e a cortes de impostos.

Sunak também é visto como um parlamentar dedicado e um conservador tradicional pós-thatcherista, cujo posicionamento é igual ao da maioria dos parlamentares conservadores. Essa combinação pode cair bem aos mercados, que não querem nada além de estabilidade em meio ao caos das últimas semanas.

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No entanto sua ascensão ameaça produzir sérias tensões também. Em uma entrevista na estação de rádio LBC que se tornou viral, um membro do Partido Conservador proclamou que apoiaria Johnson porque Sunak seria um globalista com raízes indianas que não amaria a Inglaterra como o ex-premiê.

O fato de Sunak ter mantido sua residência nos Estados Unido quando era secretário de Finanças e de sua mulher ter reivindicado isenção de impostos alegando não ser uma residente do Reino Unido fornece à oposição uma munição poderosa. No entanto, Akshata Murthy renunciou ao status enquanto ele fez o mesmo em relação à residência americana.

--Com informações de Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.