Bloomberg — A semana que antecede o segundo turno das eleições costuma ser de volatilidade no mercado de câmbio. Mas o comportamento do dólar em 2022 está mais inconstante do que nas últimas votações.
Nesta segunda-feira (24), a volatilidade das opções de uma semana sobre o real atingiu patamar semelhante ao da véspera do segundo turno de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita e bateu Aécio Neves (PSDB) por uma pequena margem nos votos.
O mesmo cenário agora tem sido embutido por operadores nos preços para a disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). Nesta segunda, o dólar encerrou o pregão cotado a R$ 5,30, com alta de 2,71%.
Com o mercado em busca de proteção por meio de opções a seis dias da eleição - e depois dos eventos que culminaram na prisão do ex-deputado Roberto Jefferson no domingo (23), a volatilidade implícita de uma semana do real saltou para mais de 38%. Na sexta-feira (21), ela estava em 21,5%. Com isso, a volatilidade está no maior nível desde março de 2020, mês em que a pandemia de covid-19 começou.
“Com as pesquisas cada vez mais apertadas, também aumentam as chances de ruído”, disse Alejandro Cuadrado, responsável pela estratégia global de câmbio do BBVA. “As opções se tornaram uma maneira muito cara de se proteger ou de se posicionar na eleição.”
“Temos um evento binário no próximo final de semana, natural ter mais volatilidade”, disse Sérgio Zanini, sócio e gestor da Galapagos Capital.
Além disso, Zanini também chama a atenção para a definição da Ptax de fim de mês, calculada pelo Banco Central, na próxima segunda-feira (31), quando será fixado o valor do dólar servindo de referência para o vencimento dos contratos futuros - o que, segundo ele, será outro grande problema para o mercado local.
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