Bloomberg — As bolsas de luxo Birkin devem ficar muito mais caras no ano que vem, disse a Hermès International, controladora da icônica marca.
A empresa francesa planeja aumentar os preços em 5% a 10% globalmente em janeiro, em comparação com aumentos médios de 4% este ano, disse o CFO da empresa na teleconferência de resultados. A Hermès registrou vendas acima das expectativas.
Um aumento de 10% o levaria a bolsa para 8.140 euros (aproximadamente R$ 42 mil), embora a Hermès não tenha especificado quanto os preços vão aumentar no país.
A empresa mantém seu poder de precificação porque os compradores ricos continuam gastando grandes somas em itens de luxo, mesmo com os orçamentos das famílias sendo reduzidos pelo aumento dos custos de energia e pela inflação. A companhia disse na quinta-feira (21) que a receita subiu 24% para 3,1 bilhões de euros no terceiro trimestre, sem levar em conta as variações cambiais.
“A percepção da propriedade da Hermès como um investimento e um sinal de prosperidade está se consolidando”, disse Deborah Aitken, analista da Bloomberg Intelligence, dando à empresa “flexibilidade adicional” nos preços.
”No momento, não temos sinais de desaceleração em nenhum de nossos mercados”, disse Du Halgouet. A Hermès planeja contratar mais 800 trabalhadores no segundo semestre, aproximadamente o mesmo número do primeiro, disse uma porta-voz.
O CFO da empresa disse que os aumentos são justificados pela alta dos custos salariais e de insumos na Europa. Ele acrescentou que os aumentos de preços no Japão após a desvalorização do iene provavelmente serão maiores do que nos Estados Unidos, onde o dólar se fortaleceu.
A empresa também planeja abrir uma nova loja em Xangai ainda este mês. A receita na região da Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, aumentou em um terço. A região respondeu por cerca de metade das vendas totais da Hermès nos primeiros nove meses.
A Hermès teve um terceiro trimestre “excelente” na China, apesar de alguns bloqueios por Covid-19 lá, disse Du Halgouet.
A empresa é considerada uma das marcas mais exclusivas do setor de luxo, com a produção de suas bolsas limitada por restrições de capacidade. No mês passado, a Sotheby’s vendeu sua bolsa mais cara de todos os tempos, uma Hermes Kelly de pele de crocodilo, por 352.800 euros (R$ 1,71 milhão) em um leilão em Paris.
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