Home office gerou 60 milhões de horas de sono para trabalhadores

Não é surpresa nenhuma que as horas de deslocamento que logicamente foram economizadas com o trabalho remoto foram revertidas em lazer e descanso

Prática gerou economia de 60 milhões de horas que anteriormente eram utilizadas para deslocamento
Por Jo Constantz
22 de Outubro, 2022 | 10:03 AM

Bloomberg — Nos Estados Unidos, funcionários que agora trabalham remotamente recuperaram 60 milhões de horas que costumavam passar todos os dias indo e voltando do trabalho. Agora, estão usando esse tempo para dormir mais.

Foi essa a conclusão de uma pesquisa do Federal Reserve Bank de New York, que analisou dados do American Time Use Survey para averiguar como os trabalhadores americanos gastavam o seu tempo quando não estavam presos no trânsito. As principais conclusões foram que os funcionários gastavam menos horas trabalhado e substancialmente mais horas em sono e lazer.

Mesmo com muitas empresas tentando convencer os funcionários a voltar ao escritório, cerca de 15% dos trabalhadores ainda trabalham de forma totalmente remota e 30% utilizam o formato híbrido, segundo a pesquisa do professor da Universidade de Stanford Nick Bloom. Embora os funcionários possam estar utilizando esse tempo de deslocamento para trabalhar, os pesquisadores constataram que o tempo total de trabalho diminuiu à medida que as pessoas substituíam outras atividades ao longo do dia, como exercícios ou tarefas domésticas.

“Os resultados dão credibilidade aos vários relatórios sobre as preferências dos funcionários em relação a horários de trabalho flexíveis, uma vez que a redução do tempo de deslocamento permite que as pessoas passem tempo fazendo outras atividades, como cuidar dos filhos ou lazer”, escreveram os autores do relatório. “Este benefício adicional de trabalhar de casa – para aqueles que assim desejam – será importante para o futuro dos acordos de trabalho flexível”.

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Os trabalhadores mais jovens estavam mais propensos a passar mais tempo em atividades de lazer, incluindo ir a bares e restaurantes ou academias, enquanto os trabalhadores mais velhos estavam mais inclinados a lidar com tarefas domésticas como cozinhar, limpar e cuidar dos filhos. Todos os grupos dormiram mais – aproximadamente uma hora a mais por dia. Essa constatação por si só é uma boa notícia para o bem-estar dos trabalhadores americanos, já que a privação crônica do sono contribui para uma ladainha de sérios problemas de saúde.

Alexia Cambon, líder de pesquisas da consultoria Gartner, disse que só porque os funcionários estão trabalhando menos horas não significa necessariamente que estão sendo menos produtivos. “Se você trabalha das 9h às 17h, ou seja lá qual for o seu horário, fazendo atividades exaustivas, não importa quantas horas constam na sua folha de ponto, você não vai ter um bom desempenho nem se envolverá direito”.

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