Bloomberg — O próximo CEO da Adidas deve herdar um cargo ainda mais difícil.
A empresa alertou nesta quinta-feira (20) que os produtos não vendidos estão se acumulando à medida que a demanda do consumidor enfraquece na China e nos mercados ocidentais. Isso fez com que as ações da fabricante alemã de roupas esportivas caíssem até 10%.
Os problemas estão se acumulando com a saída do CEO Kasper Rorsted, incluindo uma crise de publicidade sobre uma parceria com o rapper e designer Kanye West. Quem substituir Rorsted como CEO no próximo ano precisará apresentar produtos interessantes, já que o futuro da linha Yeezy, a mais vendida da marca, está em dúvida. As ações da Adidas agora perderam todos os ganhos obtidos durante o mandato de seis anos de Rorsted, deixando a empresa alemã com um valor de mercado cerca de um sexto do da rival americana Nike.
A Adidas disse que a perspectiva mais sombria - seu segundo alerta em três meses - reflete uma deterioração nas tendências de tráfego de lojas na China e uma desaceleração na demanda nos mercados ocidentais desde setembro. Isso deve levar a um excesso de estoque que terá que ser descontado.
A empresa já havia sinalizado fraqueza no mercado asiático em seu alerta de julho. O país já foi o maior motor de crescimento da marca, mas boicotes de consumidores e restrições à Covid prejudicaram as vendas. O aumento da inflação nos mercados ocidentais reduziu o poder de compra do consumidor.
A empresa alemã reduziu sua previsão para a margem operacional deste ano para 4%, de 7%.
A Adidas provavelmente está apenas na metade do processo de redução das expectativas de lucros, disse Piral Dadhania, do RBC, em nota. As vendas com desconto para limpar os estoques podem forçar o sucessor de Rorsted a abandonar as metas financeiras da Adidas até 2025, escreveu ele.
--Com a colaboração de Lisa Pham
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