Minério de ferro se encaminha para maior período de perdas semanais desde 2016

Matéria-prima está perto de fechar a sexta semana no vermelho depois que os contratos futuros em Singapura caíram abaixo de US$ 90 na quinta-feira

Os preços do minério já recuaram cerca de 45% em relação ao pico de março, e analistas veem mais espaço para desvalorização
Por Annie Lee
21 de Outubro, 2022 | 09:30 AM

Bloomberg — O minério de ferro se aproxima do período mais longo de queda semanal desde 2016, em meio a crescentes preocupações com o cenário global para a demanda por aço.

A matéria-prima está perto de fechar a sexta semana no vermelho depois que os contratos futuros em Singapura caíram abaixo de US$ 90 na quinta-feira, pela primeira vez desde novembro. Os preços estão sob pressão da crise do mercado imobiliário na China, rigorosos lockdowns para frear a Covid-19 e cortes esporádicos na produção de aço do país.

Algumas siderúrgicas da cidade de Handan, em Hebei, vão reduzir o volume produzido em unidades de sinterização de 19 a 22 de outubro, de acordo com a consultoria Mysteel. Algumas siderúrgicas em Xinjiang já interromperam a produção diante dos gargalos causados no suprimento de matérias-primas e vendas. Além disso, alguns altos-fornos em Shanxi estão em manutenção, acrescentou a Mysteel, que cita sua própria pesquisa.

A World Steel Association disse nesta semana que o uso mundial do aço deve encolher este ano, enquanto a oferta de minério de ferro continua a subir. Os preços do minério já recuaram cerca de 45% em relação ao pico de março, e analistas veem mais espaço para desvalorização. O Australia New Zealand Banking diz que o insumo siderúrgico pode cair para US$ 85 em três meses, enquanto o Goldman Sachs prevê uma queda para US$ 70.

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“O mercado está com uma percepção mais pessimista”, escreveu a Holly Futures em nota, acrescentando que a recorrência das ondas de Covid e cortes na produção de aço reduzem as expectativas para a demanda.

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