América Latina, palco dos bancos digitais

Também no Breakfast: Mercados oscilam entre balanços positivos e medo de recessão, avatares tornam bilionário jovem de 26 anos e o dinheiro para startups secou?

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A digitalização dos serviços financeiros globais, juntamente com a pandemia de covid-19, abriu as portas para uma maior bancarização em grande parte do mundo, especialmente na América Latina. Mas há um fenômeno que se expande cada vez mais na região: os bancos digitais.

O modelo, definido como intermediação bancária 100% digital, utiliza as fintechs para proporcionar aos clientes experiências imersivas e disponibilidade de serviços 24 horas por dia, 7 dias na semana. As barreiras diretas na região, como o acesso a ferramentas ou o uso da internet - que atingiu taxa de utilização de 74% em toda a América Latina até 2020, de acordo o Banco Mundial - não foram impeditivos.

Mesmo nessa realidade, a América Latina foi a porta de entrada para grande parte dessas empresas que estão fazendo com que os bancos tradicionais percam espaço na região, pelo menos nas principais economias, e estão caminhando a passos largos rumo aos pagamentos 100% digitais.

Em 2022, as operações bancárias superarão os 80% em boa parte da região, segundo estudo da Minsait Payments. Na América Latina, há países com altas taxas de aceitação e operação, como Brasil e Colômbia, onde o uso dos bancos digitais e dos bancos tradicionais estão próximos.

A ascensão dos bancos digitais na região foi tão intensa que, quando se trata de se ter bancos digitais como principais operadores bancários, Brasil, Colômbia e Argentina têm taxas melhores que Espanha, Itália ou Reino Unido.

⇒ Saiba por que a América Latina se tornou palco de tantos bancos digitais

No radar dos Mercados

Os investidores se dividem entre comemorar os balanços melhores do que o esperado e se resguardar em um cenário em que o tratamento contra a inflação continuará com juros mais altos. Discursos de três dirigentes de peso do Federal Reserve (Fed), programados para hoje, podem recolocar o medo de recessão no tabuleiro do mercado.

📈 Preços em alta. O aumento dos preços dos alimentos levou a inflação do Reino Unido de volta a dois dígitos em setembro (10,1%). O número ficou acima dos 9,9% apurados em agosto e das expectativas de 10% para o período, o que aumenta a pressão sobre o Banco da Inglaterra (BoE). O banco central poderia voltar a priorizar o controle da inflação após passar as últimas semanas acalmando a turbulência gerada pelo plano de incentivo fiscal da primeira-ministra Liz Truss.

🛑 Bolsas x Recessão. O Citigroup avalia que a renda variável nos EUA está precificando mais que qualquer outra classe de ativos as possibilidades de recessão no país. Porém, ainda há alguns ajustes pendentes, considerando as avaliações sobre a economia e também os balanços corporativos, o que poderia conduzir a mais perdas, segundo os estrategistas do banco. Pesquisa da Bloomberg com economistas de Wall Street mostra que a hipótese de recessão nos país em 2023 está em 60%, ante 50% de probabilidade de pesquisa anterior.

👀 Fed em pauta. A atenção recai também sobre a política monetária nos Estados Unidos após o dirigente do Fed Neel Kashkari avisar, ontem, que o juro dos EUA entre 4,5% e 4,7% ao ano não seria um teto para o aperto monetário do Fed se a inflação continuar persistente. Kashkari volta a falar nesta jornada, assim como Charles Evans e James Bullard em diferentes momentos do dia e podem trazer ao mercado novas informações sobre a visão do banco central norte-americano neste momento.

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🟢 As bolsas ontem (18): Dow Jones Industrials (+1,12%), S&P 500 (+1,14%), Nasdaq Composite (+0,90%), Stoxx 600 (+0,34%), Ibovespa (+1,87%)

Os mercados acionários dos EUA fecharam mais uma vez com ganhos significativos. Os investidores continuam a avaliar as perspectivas de crescimento econômico em meio a resultados corporativos encorajadores. Entretanto, ventos contrários como a inflação e políticas monetárias mais rígidas dos bancos centrais levantam dúvidas sobre a durabilidade dessa recuperação dos índices acionários.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Licenças de Construção, Pedidos de Hipotecas, Livro Bege, Estoques de Petróleo Bruto/EIA

• Europa: Zona do Euro (IPC/Set, Produção do Setor de Construção/Ago); Reino Unido (IPC, IPP/Set)

• Ásia: Japão (Balança Comercial/Set); China (Taxa de Empréstimo BPC)

• América Latina: Colômbia (Balanza Comercial/Ago)

• Bancos centrais: Discursam Neel Kashkari, Charles Evans, James Bullard (Fed) e Catherine Mann (BoE)

• Balanços: Tesla, Procter & Gamble, Nestle, Abbot, ASML, IBM, Alcoa

📌 Para a semana:

Quinta: EUA (Pedidos de Seguro Desemprego, Índice Conference Board); Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE); Alemanha (IPP/Set); Discursos de Michelle Bowman, Lisa Cook e Philip Jefferson (Fed); Balanços (Volvo, L’Oreal, Hermes, Phillip Morris, AT&T, Blackstone, Danone)

Sexta: Reino Unido (Vendas no Varejo/Set); Discurso de John Willians (Fed); Balanços (Amex, Verizon, Renault, Biotech)

Destaques da Bloomberg Línea:

Cresce preocupação de gestores com situação fiscal no Brasil após eleição

Quais são os bancos que podem ajudar o Credit Suisse a levantar capital

Ipespe: Bolsonaro mais próximo de Lula na pesquisa espontânea

E mais na versão e-mail do Breakfast:

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• Opinião Bloomberg: Minorias votam com a esquerda? O que ascensão da direita na Europa revela

• Pra não ficar de fora: Bilionário aos 26 anos: jovem monta negócio de avatares no YouTube

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe