Bloomberg — A Renault está próxima da conclusão ainda esta semana de um acordo para reduzir sua participação na parceira japonesa Nissan e reformular a aliança de duas décadas, disse uma pessoa familiarizada com as negociações.
O pacto permitiria à montadora francesa prosseguir com a separação planejada de seu negócio de veículos elétricos. A maioria dos detalhes de um acordo não-vinculante foram finalizados no final da semana passada, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque os planos não são públicos.
Embora um evento esteja planejado para 15 de novembro em Tóquio para anunciar o acordo, as discussões ainda estão em andamento e um acordo final ainda pode ser adiado, disseram pessoas familiarizadas com as negociações.
Sob o plano, a montadora francesa reduzirá sua participação na Nissan ao longo do tempo para 15%, dos atuais 43%. Em troca, a Nissan investirá de US$ 500 milhões a US$ 750 milhões por uma participação de cerca de 15% no negócio de veículos elétricos da Renault, que o CEO Luca de Meo quer separar das operações de motores a combustão.
A mudança de participação aliviaria um desequilíbrio que tem sido fonte de atrito há anos. Embora a Renault tenha uma participação desproporcional na Nissan, a montadora japonesa vendeu 4 milhões de veículos em 2021 contra apenas 2,7 milhões da fabricante francesa.
A prisão de 2018 de Carlos Ghosn, enviado para administrar a parceria quando a Renault resgatou a Nissan há duas décadas, plantou as primeiras sementes das mudanças na aliança. O ex-presidente e CEO escapou do Japão em dezembro de 2019 e atualmente está no Líbano.
A Nissan planeja começar a repatriar dinheiro da China para o acordo logo após a assinatura, disse uma pessoa. A montadora japonesa ainda está disposta a desistir caso a Renault busque termos diferentes ou o governo francês, um importante acionista da Renault, tente bloquear o plano, disse a pessoa.
Representantes da Renault e da Nissan não quiseram comentar.
Falando terça-feira durante a Cúpula Automobilística de Paris, o ministro das finanças francês, Bruno Le Maire, disse que estava em contato com de Meo e estava prestes a se encontrar com ele. “Só queremos a garantia de que as decisões tomadas pela Renault preservarão a aliança, que é do interesse da Renault”, disse.
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